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5. Haie Sarah, A vida de Sara

B’SD

Kol Hamoshiah

PARASHAT HAIÉ SARAH

Resumo da Parashá:

Sara tem 127 anos. Ela deixa este mundo e é enterrada em Hevron. Avraham manda seu servo Eliezer procurar uma mulher para Itschac na sua família, em Haran. Eliezer volta com Rivca que se torna a segunda das Mães do povo judeu. Avraham morre com 175 anos e é enterrado em Hevron.

A VIDA APÓS A MORTE

Esta Parashá se denomina “Chaié Sara - a vida de Sara”. No Tania, o Admor Hazaquen explica que o nome de cada coisa é muito importante, e é graças a ele que esta coisa pode existir.

Portanto, se toda a Parashá leva o nome de “Chaié Sara”, é porque ela está inteiramente ligada à vida de Sara.

Mas nossa Parashá só fala de Sara apenas no princípio. Todo o resto nós conta outra coisa: o casamento de Itschac, a morte de Avraham. Porque, então, toda a Parashá se chama “Chaié Sara - a vida de Sara”?

Na verdade, tudo o que a Parashá relata está ligado à vida de Sara, seja o casamento de Itschac ou a morte de Avraham. Com respeito ao casamento de Itschac e de Rivca, a Torá nós diz: “E Itschac a levou para a tenda de Sara, sua mãe”. Quando Itschac aceitou casar com Rivca? Somente depois de fazê-la entrar nesta tenda e de, neste momento, tudo ter voltado a ser como no tempo de Sara. Rashi explica que havia três coisas extraordinárias na tenda de Sara:

1) a luz acesa para Shabat durava a semana inteira, até o Shabat seguinte,

2) havia uma bênção especial na massa do pão,

3) uma pequena nuvem se erguia sempre acima da tenda.

Após a morte de Sara, tudo isso havia desaparecido. Mas tudo voltou graças à Rivca.

Constatamos que, três anos após sua morte, se da uma seqüência à vida de Sara.

Com respeito à morte de Avraham, a Torá conta: “Itschac e Ishmael o enterraram”, quer dizer que Itschac passou na frente de Ishmael. Este havia feito Tshuvá, e é por isso que havia deixado Itschac em primeiro lugar, reconhecendo assim, que Itschac era o verdadeiro herdeiro de Avraham.

Tudo isso ocorreu graças a Sara. Ao perceber que Ishmael se comportava mal, ela pedira a Avraham para expulsá-lo. “Porque ele não herdará” disse ela. Ela queria que ele faça Tshuvá e foi o que ele fez! Anos após a sua morte, ele deixou Itschac passar à frente. Vemos bem este fato como uma seqüência da vida de Sara.

Portanto, se toda a Parashá leva o seu nome, é porque está realmente ligada a ela.

--***--

Lemos a Parashá de “Chaié Sara” no último Shabat do mês de Mar-Cheshvan, isto é, naquele em que se abençoa o mês de Quislev. Isto certamente não ocorre por acaso, foi a vontade de Hashem.

Para demonstrá-lo bem, podemos observar que o nome do mês, Quislev, e a festa que nele ocorre, Chanucá, estão ligados à Parashá de Chaié Sara.

Nossa Parashá começa com a frase: “A vida de Sara foi de 127 anos”; foi com essa idade que ela faleceu.

A palavra Quislev vale, em hebraico, exatamente 127: se somarmos o valor de cada uma das suas letras (6=vav; 10=iud; 30=lamed; 60=samech; 20=caf) dará 126. É preciso acrescentar 1 para a própria palavra Quislev e o resultado será 127.

Nossa Parashá nos conta o milagre que acontecia a cada semana com Sara e Rivca.

Para acender as luzes de Shabat, elas utilizavam óleo. As luzes deveriam queimar durante todo o dia de Shabat se apagando logo; o óleo existente era suficiente exatamente para isso. Mas elas duravam a semana toda. Então as luzes de Shabat acesas sexta feira brilhavam até a sexta feira seguinte.

Após a morte de Sara, seu filho Itschac se casou com Rivca. Ele a trouxe para sua casa onde ela substituiu Sara. É o que nos diz a Torá: “Itschac a trouxe para a tenda de Sara, sua mãe”. Rashi nos explica esta frase: Rivca fizera como Sara - enquanto Sara estava viva, a luz de Shabat queimava de uma sexta feira à sexta feira seguinte. Quando ela morreu, este milagre parou mas com a chegada de Rivca, ele recomeçou. As luzes ficaram de novo acesas durante a semana toda.

Exatamente no mês de Quislev, aconteceu uma história que se parece muito com esta: a de Chanucá, em que festejamos também o milagre da jarra de óleo. Seu conteúdo, que bastaria exatamente para acender a Menorá do Beit Hamicdash durante um dia, queimou por oito dias.

Vemos bem, então, que o nome do mês de Quislev bem como a festa que nele se encontra, Chanucá, estão ligados à Parashá Chaié Sara.

--***--

20 de Mar-Cheshvan

O dia 20 de Mar-Cheshvan, que cai nesta semana, é o aniversário do nascimento de Rabi Shalom Dov Ber, o quinto Rebe de Lubavitch.

Um dia, um judeu foi ver o Rebe Shalom Dov Ber para lhe pedir uma bênção. Este homem estava numa situação muito difícil e precisava verdadeiramente desta bênção. Ele contou ao Rebe tudo o que estava lhe acontecendo... mas o Rebe lhe respondeu: “Não posso fazer nada! não posso nada por você!”

O homem saiu do escritório do Rebe e caiu em prantos. Andando, não podia parar de chorar. Foi assim que ele encontrou Rav Zalman Aharon, o irmão mais velho do Rebe Shalom Dov Ber. Este lhe perguntou o motivo pelo qual tanto chorava e o homem lhe contou sua história e o que o Rebe acabava de lhe responder...

Rav Zalman Aharon entrou imediatamente no escritório do Rebe e lhe disse: “Como é possível? Um judeu vem pedir uma bênção e o Rebe lhe responde que não pode ajudá-lo?! Este homem está derramando lágrimas quentes, tal o seu sofrimento!”

O Rebe pediu que fizessem entrar este judeu no seu escritório pela segunda vez. O homem entrou e o Rebe o abençoou. A bênção se realizou e o homem saiu da desgraça.

***

Esta história é surpreendente:

- porque o Rebe não lhe deu logo a sua bênção?

- porque provocou tanta dor para este judeu antes de atender ao seu pedido?

É porque este judeu não merecia uma bênção tão grande. É por isso que o Rebe não pode dá-la e lhe respondeu: “não posso te ajudar”.

Esta resposta do Rebe rompeu o coração do homem. Este chorou, derramou todo o seu coração diante de D’us. E assim se tornou digno da bênção de D’us.

Após o choro deste judeu, o Rebe pode abençoá-lo e a bênção pode se realizar.

O que quer dizer tudo isso?

Internamente, todos os judeus são bons e querem respeitar as Mitsvot (mandamentos divinos). Mas às vezes, apesar de tudo, um judeu pode cometer um erro; e já não será mais digno da bênção de D’us. Seu amor próprio o faz esquecer o que ele é verdadeiramente, um judeu, e lhe esconde a gravidade do seu erro. Mas a tristeza, a pena, afastam este amor-próprio. E aparece então o bem, escondido no fundo do judeu, e este bem lhe permite receber todas as bênçãos de D’us.

DOMINGO 16 Cheshvan  -

Passagens a serem estudadas:

Chumash: Rishon de Chaié Sara com Rashi

Tehilim: 79 a 82

Tania:

O pensamento é a vestimenta e o servidor do intelecto e dos sentimentos. Mesmo quando não usa o intelecto ou os sentimentos, o pensamento continua funcionando, meditando. Nesses casos, entretanto, ele já não tem nenhum conteúdo. Mais do que isso, ele conduz à depravação.

Explica-se que os pensamentos estranhos ou até os maus pensamentos aparecem sempre que a cabeça está vazia. Quando o intelecto funciona, o pensamento pode servi-lo. Então ele não se consagra mais a idéias insensatas, desprovidas de qualquer substância.

SEGUNDA 17 Cheshvan

-Passagens a serem estudadas:

Chumash: Sheni de Chaié Sara com Rashi

Tehilim: 83 a 87

Tania:

É preciso ocupar totalmente seu tempo e aceitar o jugo da Torá. Cada instante, cada dia que passa não é simplesmente um dia a mais, é uma fase da vida.

Os dias se sucedem, como o dizem nossos Sábios (Ierushalmi Berachot, capítulo 1, Halachá 1) “um dia começa e um dia acaba, um Shabat..., um mês..., um ano...”. Meu pai (o Rebe Rashab) disse, citando o Admor Hazaquen:

“Um dia de verão e uma noite de inverno, é um ano inteiro”.

TERÇA 18 Cheshvan -

Passagens a serem estudadas:

Chumash: Shelishi de Chaié Sara com Rashi

Tehilim: 88 e 89

Tania:

Na Torá Or, na Parashá “Chaié Sara”, no fim do parágrafo que começa com “Lehachin ..............................” tem um erro de impressão. É preciso ler:

..........................................................................................

..........................................................................................

QUARTA 19 Cheshvan -

Passagens a serem estudadas:

Chumash: Revií de Chaié Sara com Rashi

Tehilim: 90 a 96

Tania:

Esta é uma resposta que o Admor Hazaquen deu, durante uma entrevista que ele outorgou:

“A Chassidut é o Shemá Israel. A palavra Shemá está composta pelas iniciais de uma frase que significa ‘elevem vossos olhos para o alto’.

Diz-se realmente para o alto e não para os céus. Porque “para o alto” significa sempre mais alto, até um nível que transcende o espírito mas está intelectualmente compreendido por ele.

É por isso que este versículo conclui com ‘e olhem Quem criou tudo isso’.”

QUINTA 20 Cheshvan–

Passagens a serem estudadas:

Chumash: Chamishi de Chaié Sara com Rashi

Tehilim: 97 a 103

Tania:

·  É a data de nascimento do Rebe Rashab, em 5621 (1860), ano denominado “Quitrá”, a coroa, pelo Tsémach Tsédec. Ele recebeu o nome de Admor Haemtsaí e a metade do nome do pai do Tsémach Tsédec.

Todo ano, no dia do seu aniversário, meu pai (o Rebe Rashab) fazia um discurso chassídico. Mas ele o fazia em segredo, exceto quando era um Shabat.

Durante o seu último aniversário celebrado neste mundo, ele pronunciou um discurso introduzido por “Natata Gam”. Quando o concluiu, ele me disse:

“Durante o dia do nosso aniversário, devemos pronunciar um discurso chassídico. Possa D’us te dar de presente recitar Chassidut durante teu aniversário, mas que isto seja para o bem e para a misericórdia.”

Foram necessários sete anos para que isso se realize.”

(O valor numérico de Quitra é 5621. O Admor Haemtsaí se chamava Rabi Dov Ber e o pai do Tsémach Tsédec, Rabi Shalom Shachna.

O último aniversário do Rebe Rashab neste mundo foi celebrado em 1919. Rabi Iossef Itschac encabeçou os Chassidim em 1920 e, sete anos depois, em 1927, ele foi liberado, no mesmo dia do seu aniversário, dia 12 de Tamuz, das prisões bolcheviques. Nesta ocasião ele pôde fazer um discurso chassídico).

SEXTA 21 Cheshvan

Passagens a serem estudadas:

Chumash: Shishi de Chaié Sara com Rashi

Tehilim: 104 e 105

Tania:

O serviço de D’us da oração permite introduzir a compreensão do cérebro no sentimento do coração. Depois, ele aplica, um e outro ao comportamento concreto, no cumprimento das Mitsvot com temor de D’us e na aquisição de traços de caráter positivos.

SHABAT 22 Cheshvan

Passagens a serem estudadas:

Chumash: Shevií de Chaié Sara com Rashi

Tehilim: 106 e 107

Tania:

Este é um dos comentários do Maguid de Mezeritch, que o Admor Hazaquen ouviu quando foi a Mezeritch pela primeira vez, desde o final do verão de 5524 (1764) até a festa de Pessach 5525 (1765):

“ ‘Eu fiz a terra e, sobre esta, criei o homem’. ‘Eu’ designa a Essência divina, imperceptível e oculta, até mesmo para as criaturas mais elevadas. Esta foi ocultada por uma série de contrações com o fim de suscitar e de criar anjos e mundos no infinito. Graças a esta infinidade de contrações, ‘Eu fiz a terra’ material. E ‘sobre esta, Eu criei o homem’, que é a finalidade da criação. Por outro lado, ‘Barati’, ‘Eu criei’, é a do homem. De fato, ‘Barati’ tem o valor numérico de 613 e as 613 Mitsvot são a razão de ser do homem.

O Pardess explica, em nome do Sefer Habahir, que ‘o Atributo da Bondade diz diante do Santo Bendito seja Ele: Mestre do mundo, desde que Avram se encontra sobre a terra, não é mais necessário que eu cumpra minha missão já que Avram a faz em meu lugar’

Deste modo, Avraham, alma revestida de um corpo, recebia convidados com a finalidade de propagar a Divindade neste mundo inferior. E esta atividade era infinitamente mais elevada que as realizações do Atributo da Bondade, Chessed do mundo espiritual de Atsilut.

Mais ainda, a intervenção deste Atributo diante do Santo Bendito seja Ele, expressou o ciúme de Chessed de Atsilut, que invejava a obra de Avraham, possa ele descansar em paz.”

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