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Trechos das cartas do Rabi

Casamento: Edifício Eterno

O homem que se prepara para construir seu lar constrói seu próprio Templo Sagrado,  Beth Hamikdash.  

Submissão e domínio

As palavras do Midrash (Eliahu Rabba 9) “A mulher ideal, “a mulher keshera” é aquela que faz a vontade de seu marido” , isto é ela faz o que ele quer, ela obedece seu marido. Mas esta frase têm um outro significado muito importante do que a submissão e bem mais profundo:

 A mulher tem a possibilidade propriamente dito de FAZER a vontade de seu marido, isto é de modificar ou de criar a própria vontade do marido e de influenciar os desejos dele. É ela que pode o influenciar na sua essência para que ele tenha uma vida fundada na “Torá” e no temor de D´us. Ela faz com que a vontade de seu marido seja orientada para coisas positivas, boas, construtivas, de acordo com a Torá, e de afastá-lo das futilidades e das vaidades. É isto “fazer” (criar) a  própria vontade do seu marido.

A sabedoria das mulheres é a seguinte: ser a guia da Luz (da Torá) e da Santidade (Kedush) no lar,  criar situações que atraem e orientem seu marido para o bem e para as boas ações, canalizar suas forças e suas aspirações para o estudo da Torá e fazer o bem. 

Não procurar os defeitos.

Cada cônjuge deve aceitar o outro do jeito que ele é.

Os sábios dizem, “se uma pessoa já fez uma compra, não devemos criticar essa compra e sim tentar elogiá-la”. Em outras palavras, uma vez que a aquisição já foi realizada, só devemos ver os lados positivos e úteis. Devemos adotar a mesma atitude com relação ao casamento. Uma vez que nós começamos uma vida em comum, nós devemos tentar focalizar as qualidades de nosso cônjuge e não ver seus defeitos.

Dar

Não devemos nos perguntar quais são as obrigações de nosso cônjuge em relação a nós mesmos, e sim nos lembrar de nossas obrigações com relação a D´us, para o bem de nosso cônjuge.

Se o lar é fundado na vontade de dar (generosidade) e não de pegar (egoísmo, divisões), nós conseguiremos introduzir a Santidade (Kedusha) da Torá na nossa família onde deverá reinar uma atmosfera similar àquela que existia no momento da união do povo no Monte Sinai quando recebemos a Torá.

Homem realizado

 O objetivo geral da Criação do mundo é de abrigar a Presença Divina (a Shekhina) na terra. Somente o homem pode permitir que a Chekhina resida na terra.  Se o homem deseja que a Shekhina desça para a terra para que ela reside com ele. O Homem deve construir seu lar segundo os Preceitos da Torá, (Mitzvot), para que a Presença Divina possa reinar, aqui em baixo, neste mundo físico-material, realizando assim o objetivo da Criação.  

Prever o futuro

        Você faz alusão aos amuletos, àqueles que lêem os traços de expressão e as linhas da mão, à grafologia e à predição do futuro (astrólogos, feiticeiros, magos...), àqueles que se flagelam e que batem nos outros.

        Se você quiser me ouvir, largue aqueles que predizem o futuro e qualquer outra forma de adivinhação.

As férias

        Meu objetivo não é de fazer um discurso, mas de destacar a importância do objetivo de nosso propósito.

        O período de descanso físico deve ser usado para reforçar a alma, ou seja, é indispensável intensificar o estudo da Torá durante as férias.

A política

O rabi falou: "Eu não desejo me envolver com a política".

O lado positivo da vida

        Depois de ter me contado como foi sua vida, que D´us permita que ela seja longa, você concluiu com a seguinte frase: “ A minha vida toda foi negativa”. Ora, você me indica, justo antes disso, que você foi, durante seis anos, aluno da Yeshiva Tomhei Temimim e você teve o mérito de servir pessoalmente meu sogro, o Rabi. Fique sabendo que as necessidades pessoais de uma alma que tem uma missão pública são também de interesse público.

        Você teve também o mérito de agir pela comunidade, sob impulso de meu sogro, o Rabi. Em seguida, você foi preso, durante seis anos. Lá também, meu sogro, o Rabi, pôde graças a você, divulgar a Torá, o Judaísmo, a prática concreta das Mitsvot.

        Se, depois de tudo isso, você for capaz de escrever que sua vida foi negativa, eu não sei o que significa o bem no mundo.

Bom partido

        O mérito de dedicar um tempo para o estudo da Torá te ajudará para se casar.   Você me falou na sua carta, do seu irmão mais velho, senhor...., que já tem trinta anos, mas não conseguiu ainda se casar. Você deve dizer a ele que ele deve dedicar, todos os dias, um tempo para o estudo da Torá, especialmente durante o Shabat.

Ele se esforçará para encontrar um bom partido e se lembrará da afirmação de nossos Sábios segundo a qual um homem deve ter uma atitude calma com sua esposa.

        O mérito de estudar a Torá o ajudará a encontrar uma mulher que lhe convém. Se você adotar essa posição, D´us fará que essa união seja positiva, estável e você será abençoado com crianças virtuosas. 

A Torá e as Mitsvot são as preliminares e tudo

        Você me questionou sobre seu casamento e sobre seu futuro cônjuge. Mas, antes de se casar, você deve tomar a firme decisão de basear o seu lar na Torá e na Mitsva. Você e seu noivo, devem se comprometer firmemente a praticar os Mandamentos. Seu noivo deverá dedicar um tempo para o estudo da Torá

Novelas!

         Uma moça solteira evocava com o Rebe várias propostas de casamento. Ela lhe explicou que nenhuma a atraia de verdade. O Rebe então lhe respondeu no meio de um sorriso: “Você leu provavelmente muitos romances de amor. O amor não é este impulso impensado e ardente que abundam no mundo da ficção. O verdadeiro amor é um sentimento que se fortalece e se cristaliza com a vida. É o ato insignificante de estarem juntos todo dia que faz o amor desabrochar. É o compartir, a atenção e o respeito mútuos. É o fato de edificar em conjunto, uma vida, uma família e um lar. Quando duas pessoas se unem, o tempo as faz, às duas, alcançarem um ponto onde se sentem cada uma parte integrante da outra, onde cada cônjuge não pode encarar a vida sem o outro ao seu lado.

Loucura

Durante uma visita que ela fez ao Rebe, uma jovem moça lhe disse que tinha muitas dificuldades em encontrar um marido.

O Rebe sugeriu que daí em diante, ela se comunicasse apenas verbalmente com aqueles que ela encontrasse para ver se seu caráter e o dela eram compatíveis e que evitasse qualquer relacionamento físico.

“Mas na sociedade em que vivemos, respondeu a moça, a coisa é simplesmente impossível!”

O Rebe respondeu então com um sorriso:

“As relações sexuais são como o fogo. Quando você pensa dominá-las dando-lhes curso livre, você está jogando não água mas gasolina sobre o fogo. Mas quando a coisa é vivida no contexto de um casamento santificado, ela se torna um fogo que impregna de calor os dois seres, seu lar e sua família”.

Depressão: não

         Um professor próximo do Rebe veio um dia pedir seu conselho. Como sobrevivente do Holocausto, sua dor o impedia de realizar bem a sua tarefa de educador. “Não há palavras para consolá-lo, disse o Rebe. Entretanto, o senhor não pode deixar que o Holocausto se prolongue no seio de sua vida. ”Ele deu então ao homem um conselho herdado do seu sogro, o Rebe anterior: “Somos os operários do dia e nossa finalidade é projetar a luz. Não saberíamos investir nossa energia discutindo com as trevas. Nosso dever é fazer o dia aparecer e a noite se dissipará por ela mesma”.

Tzedaka mundial

         Todas as manhãs de domingo, desde o aniversário do Rebe de abril de 1986, milhares de pessoas vinham receber sua bênção. Na longa fila que se formava cada vez, encontrava-se um amplo leque de procedências, desde os adeptos do Rebe até homens de Estado, passando pelas personalidades influentes do mundo dos negócios e das celebridades do espetáculo. Alguns vinham obter uma inspiração moral, outros um conselho para um problema pessoal. Ao dar sua bênção, o Rebe dava a cada pessoa um bilhete novo de um dólar para estimular que se faça caridade. Ao longo de todos estes anos, o Rebe distribuiu assim centenas de milhares de dólares, lembrando constantemente o dever de socorrer aqueles que estão necessitados.

Ver positivo

         O Rebe explicou que quando uma pessoa está hospitalizada, ela sente quando entra numa “casa onde se cura” (a “casa dos médicos” ou “a casa dos que curam” - casa de saúde) em vez de entrar numa “casa de doentes” (em hebraico Beit Cholim), sua moral se torna mais firme e a cura é favorecida.

         No outro dia, uma mulher foi ver o Rebe para solicitar uma bênção para o pai, deprimido por ter que passar o período das solenidades de princípio do ano no hospital. “Diga ao seu pai, respondeu o Rebe sorrindo, que se ele cumprir rapidamente a missão que lhe foi designada ao entrar no hospital, a saber estimular o compromisso espiritual dos outros, ele lhes será rapidamente devolvido.

Valor da vida

         O Rebe se separou dos pais no final dos anos vinte, com a idade de vinte e seis anos e só viu a mãe em 1947. O pai havia falecido três anos antes. O Rebe expressou freqüentemente sua tristeza por não ter tido a possibilidade de testemunhar aos pais, durante todos estes anos, o respeito que lhes devia.

         Quando se reencontraram, o Rebe e a mãe se abraçaram durante vinte minutos sem expressar o mínimo som. Tendo reencontrado a mãe, o Rebe - então casado - a visitava diariamente no final da tarde para servir-lhe o chá e entreter-se com ela.

         Em 1965, pouco após o falecimento da sua mãe, o Rebe recebeu a visita de uma adolescente que queria evocar com ele um conflito que tinha com a mãe. O problema era que a mãe não lhe dava todo o dinheiro que ela pensava precisar. O Rebe respondeu-lhe com um suspiro: “Acabo de perder minha mãe. Sabe você quanto eu daria para vê-la de novo, nem que seja por uma só vez? Enquanto você, tendo sua mãe perto, você permite ao dinheiro separá-la dela.”

Uma mulher divorciada

        Você me escreveu para dizer que te apresentaram uma pessoa que te agrada em todos os sentidos e parece que esse acordo é recíproco. Entretanto, você me disse que, no seu país de origem, alguns evitavam se casar com uma mulher divorciada.

        É verdade que encontramos esta afirmação em alguns livros, mas foi assim somente em determinadas épocas e em determinadas situações. Não é a mesma coisa atualmente quando se trata de uma mulher virtuosa. Na minha opinião, essa proposta deve ser aceita.

        Nossos sábios dizem que a segunda esposa depende do mérito do homem. Conseqüentemente, você deverá intensificar o seu estudo da parte revelada da Torá e de seu ensinamento profundo, ou seja da Chassidut, assim como a prática dos Mitsvot da melhor maneira.

        Até o dia do casamento, que será celebrado num momento bom e frutuoso, você dará algumas moedas para a Tsedaka, cada dia da semana, antes da reza. E D´us te concederá o mérito para construir seu lar, que será uma construção eterna, uma casa Chassidica.

        Você conhece a história de nossos Sábios, no Midrash Bereshit Rabba, no final do capítulo 17, segundo o qual uma mulher virtuosa, que era divorciada, se casou novamente com um homem cuja situação era pouco invejável e ela o transformou num Justo.

Vontade mútua

        É evidente que um casal deve expressar vontade mútua e ter a firme resolução de ajudar um ao outro, em todas as áreas e, a fortiori, em tudo o que se relaciona ao Judaísmo, a Torá e as Mitsvot, que são o fundamento da felicidade de um judeu e de uma judia, nesse mundo como no mundo futuro.

A união de um judeu com uma não-judia

Você citou o caso de um judeu que vive com uma não-judia e teve um filho com ela. O pai deseja fazer sua circuncisão. Você considera que devemos praticar este circuncisão, dizendo que se trata da conversão da criança decidida por seu pai. Eu não aprovo de jeito nenhum essa posição.

Você me disse que pediu para o Mohel recitar a primeira bênção, Al Hamila. Assim você está agindo contra a opinião do Beth Yossef. Ao meu ver, tudo isso é muito negativa.

 

CONSELHO E ORIENTAÇÃO

LIGUE JÁ: 22563587

POR E MAIL : rabinatorio@uol.com.br

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