6. Hukat
BS’D
Kol Hamoshiach
PARASHAT HUKAT
Conteúdo da Parashá:
Þ Todas as leis da Torá escapam à nossa compreensão
Þ As leis da Pará Adumá (Vaca vermelha)
Þ Sugestões com respeito à mitsvá da Pará Adumá
Þ Tumá vetahará (pureza e impureza)/ Algumas leis de pureza ritual
Þ A morte de Miriam e o desaparecimento do Poço
Þ Mei Merivá / Moshé e Aharão pecam nas águas de Merivá
Þ Hashem (D’us) decreta a morte de Moshé no deserto
Þ O castigo de Moshé e Aharão da uma das chaves dos relatos da Torá
Þ Edom recusa deixar os judeus passarem
Þ Aharão falece sobre o monte Hor Hahar
Þ Após a morte de Aharão, Amalec ataca o Clal Israel (os judeus)
Þ Nechash Hanechoshet /A serpente de cobre
Þ Os milagres sobre o rio Arnon
Þ Shirat Habeer/ O Cântico de louvor para o Poço de Miriam
Þ A interpretação literal do Cântico do Poço
Þ A interpretação alegórica do Cântico do Poço
Þ A batalha contra Sichon
Þ A batalha contra Og e a conquista de Bashan
Resumo do Conteúdo da Parachá de HuKat
O falecimento de Miriam.
Moshé tirou a água da pedra.
Moshé mandou mensageiros ao Rei Edomita para deixar o povo judeu passar e este não deixou.
O falecimento de Aarão que é herdado pelo filho Elazar.
A guerra contra Amalec com aparência de Cnaanita.
A irritação do povo.
A passagem pelo Arnon e seu milagre.
A guerra contra Sichon e Og e a vitória do povo judeu.
D’us ensina como se purificar da mais grave impureza pelas cinzas do sacrifício de uma vaca vermelha. Depois, continua a viagem dos judeus; falta-lhes água e eles se queixam. Moisés bate na rocha para tirar água dela em vez de falar-lhe, como D’us tinha ordenado. A água sai mas Moisés e Aarão serão castigados por isso, eles morrerão antes de entrar em Israel. É assim que Aarão morre um pouco mais tarde. Os judeus se aproximam de Israel. Os reis de Canaan e de Emor vêm fazer-lhes a guerra. Mas D’us da a vitória completa aos judeus.
Quando D’us confiou a Moisés o segredo da impureza da Morte, este ficou espantado. Ele respondeu a D’us:
- Como os judeus poderão se purificar desta impureza?
D’us ensinou-lhe então o segredo da vaca vermelha. O segredo que libera de todas as impurezas.
O decreto da vaca vermelha constitui o “decreto da Torá”, o mistério de toda a Torá.
Só ele está apto para purificar os judeus da mácula essencial, a do pecado da árvore do conhecimento que trouxe a morte no mundo. É que a morte não é o simples fato de uma degradação biológica. Ela é principalmente o fruto de uma queda espiritual.
Na origem, o homem podia ser imortal. Foi seu pecado que trouxe a morte no mundo.
A morte é a conseqüência de um erro espiritual. Uma lei espiritual, o coração de toda a Torá é portanto capaz de livrar o homem da sua nódoa: é o segredo da vaca vermelha, o mais profundo de toda a Torá.
O que é HILULA?
Hilula significa, em aramaico, casamento. Este termo designa em forma corrente, o dia em que um justo deixa este mundo. Para um Tsadic, o dia do decesso é alegre por que marca com maior certeza o cumprimento da missão que ele devia realizar aqui em baixo. Para a Chassidut, a Hilula é o dia em que “a obra que o justo realizou durante sua vida é revelada e realiza maravilhas até o mais profundo da terra”.
Foi com este propósito que Rabi Shimon Bar Iochai, o autor do Zohar, utilizou pela primeira vez o termo Hilula. Rabi Shimon disse, antes de deixar este mundo: “estou ligado a Ele por um vínculo, inflamo-me nEle e me unifico com Ele”. É esta considerável elevação que é oferecida a cada judeu no dia da Hilula de um Tsadic.
As leis da Pará Adumá (Vaca vermelha)
Se alguém se ‘manchou’ (ficou impuro) pelo contato com um cadáver, ele deve receber a aspersão com uma mistura de água e de cinzas provenientes de uma vaca vermelha.
A Pará Adumá (Vaca vermelha) deve ser comprada com o tesouro do Beit Hamicdash (Templo sagrado), e, especificamente, com os fundos provenientes da doação anual de uma peça de meio-shequel para cada Judeu.
Para ter a qualidade de Pará Adumá (Vaca vermelha), a vaca deve ter pelo menos três anos (ter idade suficiente para poder parir).
Seu pelo deve ser inteiramente vermelho; dois pêlos de outra cor são suficientes para desqualificá-la.
O animal será também desqualificado se carregou o jugo, mesmo não tendo feito nenhum trabalho.
O Cohen (sacerdote) deve imolar a vaca “fora do Campo”. Nos anos passados no deserto, ela era sacrificada fora dos três Campos e na época do Beit Hamicdash, sobre o Monte das Oliveiras, já que esta montanha é considerada como estando “no exterior de Ierushalaim”.
Ele deve recolher sangue da novilha no oco da sua mão esquerda, mergulhar nele o dedo indicador direito e fazer a aspersão em direção à entrada do Eichal, que pode ser visto desde a montanha.
Acende-se um fogo e o Cohen supervisiona a combustão da vaca
Ele ata uma vara de madeira de cedro e de hissope por meio de um fio de lã vermelha.
Enquanto a vaca se consome, atira-se o ramo de cedro e de hissope na sua carcassa.
As cinzas da novilha são divididas em três partes:
Uma parte é depositada num determinado local no interior do Beit Hamicdash. Ela é guardada para poder cumprir a mitsvá pela qual as cinzas da pará adumá (vaca vermelha) devem ser conservadas para todas as gerações.
Uma segunda parte é distribuída aos diferentes grupos de cohanim (sacerdotes) que servem no Mishcan (Tabernáculo) para estar a mão quando precisarem purificar um Cohen que se tornou tamé (impuro).
A terceira parte é colocada num local determinado do Monte das Oliveiras para a purificação dos Bnei Israel (povo judeu).
Qualquer pessoa que tenha participado da preparação das cinzas, por exemplo, aquele que queimou a vaca, o que atirou o ramo no fogo, que juntou a madeira para acendê-lo, que tocou ou carregou as cinzas, se torna tamé (impura).
Mistura-se água de fonte fresca às cinzas da novilha, no interior de um utensílio.
Aquele que faz a aspersão das águas da pará adumá sobre o Judeu que se purifica deve ser ele mesmo purificado da tumat met (impureza do morto). Ele faz a aspersão no terceiro e no sétimo dia do processo individual de purificação. Além disso, no sétimo dia, a pessoa que se purifica deve submergir num micvé para completar sua purificação.
A primeira vaca vermelha foi preparada por Elazar ben Aharon, sob a supervisão de Moshé, no segundo dia do mês de Nissan de 2449. (Moshé precisou dar-lhe as intenções convenientes, já que Elazar não entendia suas razões) Uma parte das cinzas da pará adumá de Moshé foram ulteriormente misturadas com as cinzas de todas aquelas que lhe seguiram, já que a novilha de Moshé tinha sido a única a ter sido preparada com os pensamentos adequados.
Até hoje, já foram queimadas nove Vacas Vermelhas. A décima será preparada por Mashiach, que possa ele chegar em breve!
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A Origem da Morte
Quando D’us confiou a Moisés o segredo da impureza da Morte, este ficou espantado. Ele respondeu a D’us:
- Como os judeus poderão se purificar desta impureza?
D’us ensinou-lhe então o segredo da vaca vermelha. O segredo que libera de todas as impurezas.
O decreto da vaca vermelha constitui o “decreto da Torá”, o mistério de toda a Torá.
Só através do cumprimento desse decreto há possibilidade de purificar os judeus da mácula essencial, a do pecado da árvore do conhecimento que trouxe a morte ao mundo. A morte não é o simples fato de uma degradação biológica. Ela é principalmente o fruto de uma queda espiritual.
Na origem, o homem podia ser imortal. Foi seu pecado que trouxe a morte ao mundo.
A morte é a conseqüência de um erro espiritual. Uma lei espiritual, o coração de toda a Torá é portanto capaz de livrar o homem da sua nódoa: é o segredo da vaca vermelha, o mais profundo de toda a Torá.
O NASCIMENTO E A VIDA DE UM GRANDE CHEFE
Uma vez em muitas gerações, quando Seu povo Israel está muito aflito, quando no seu amargo exílio ele recebe uma dose suplementar de sofrimento e de opressão, o Todo-Poderoso envia uma alma exaltada para ajudá-lo nessas horas críticas. Líder único, assim, foi o sexto Rebe de Lubavitch, o Rabi Iossef-Itschac Schneerson, filho único dos seus santos pais, Rabi Shalom-Ber (RaShaB) e a Rabanit Shterna-Sara.
Foi certamente a Providência Divina que enviou um homem tão grande, com seu amor insondável pelos Judeus, sua Messirat Nefesh (devoção total) sem limites por eles, seus talentos e suas qualidades excepcionais de espírito e de personalidade para salvar o judaísmo russo em tempos de grave perigo. E quando a horrível catástrofe do nazismo engoliu o Judaísmo Europeu, foi o Rebe, com seu idealismo sem compromisso e sua absoluta devoção à Torá e à Tradição judaica o escolhido pela Providencia Divina para fazer dos Estados Unidos um porto para a Torá.
Rabi Iossef-Itschac Schneerson, o sexto Rebe de Lubavitch, nasceu no dia 12 de Tamuz de 5640 (1880) em Lubavitch, Rússia Branca, e faleceu em 10 de Shevat de 5710 (1950) em Brooklin, Nova Iorque. Em 1927 ele foi detido pelas autoridades soviéticas por causa do seu trabalho incansável para preservar o judaísmo e as instituições da Torá sob o regime soviético. Após um encarceramento doloroso e aterrador na célebre prisão “Shpalerca” em Leningrado, durante dezoito dias e meio, no curso dos quais sua vida estava em jogo, a sentença do prisioneiro foi comutada para deportação para Costroma por um período de três anos. Mas dez dias depois, ele foi liberado.
A notícia da sua liberação iminente foi comunicada a ele no dia do seu aniversário e no dia seguinte ele já era um homem livre.
A Rabanit Shterna-Sara mãe do Rebe Iossef-Itschac contou um dia a seguinte história:
“Já tinham passado muitos anos desde o meu casamento mas eu ainda não tinha sido abençoada por uma progênie sadia. Isso me deprimia um pouco, especialmente por eu ser ainda muito jovem e por estar longe da casa da minha família.
No dia de Simchat-Torá do ano de 5640 estávamos para o Quidush com alguns convidados na casa do meu sogro o Rebe de Lubavitch da época, Rabi Shmuel (o MaHaRaSh). No momento culminante da celebração foi feita uma bênção “Mi Sheberach” para aqueles que prometessem contribuir para uma certa causa de Tsedacá (caridade). Tendo terminado com os homens, os “oficiantes” se dirigiram para a sala onde estavam as mulheres e muitas mulheres foram abençoadas com um “Mi Sheberach”. Parece que me esqueceram pois não foi dito nenhum “Mi Sheberach” para mim! Fiquei muito decepcionada porque gostaria de ter sido particularmente abençoada nesta ocasião de bom augúrio.
Alguns instantes depois, alguém, aparentemente, percebeu o esquecimento. O oficiante voltou para dizer um Mi Sheberach para mim. Mas senti que não era a mesma coisa, isso estava me parecendo um “remendo”.
O Quidush não durou muito. Meu santo sogro voltou para seu quarto e os Chassidim, inclusive meu esposo, se dirigiram à casa do Rabi Shilem Reich, genro do Rabi Baruch Shalom, o filho mais velho do Tsemach Tsedec, para ali prosseguirem a festa.
Depois da saída dos Chassidim, me retirei para o meu quarto onde sentei-me, lamentando a minha sorte. Eu estava me sentindo triste por não ter filhos ainda; e me sentia completamente só. Para coroar tudo, o incidente do Mi Sheberach também me irritava. Abaixei a cabeça e comecei a chorar, encostada na mesa. Então adormeci.
Nesse momento um venerável Judeu entrou no meu quarto e me perguntou: ‘Porque choras assim, minha filha?’ Abri meu coração para ele e lhe disse o que havia provocado minhas lágrimas. O visitante me disse então: ‘Não chore. Eu lhe prometo para este ano a bênção de um filho. Mas tem duas condições: primeiro, logo depois de Iom-Tov será preciso dar Chai (18) rublos de caridade, do seu dinheiro pessoal; segundo ....’ Não lembro exatamente qual foi a segunda condição, mas acho que tinha algo a ver com o segredo que eu devia guardar sobre a gravidez pelo maior tempo possível.
O visitante inesperado deixou então o quarto para voltar pouco depois na companhia de dois outros veneráveis Judeus. Em sua presença, ele me repetiu sua promessa, bem como as condições necessárias; os outros dois deram o seu consentimento. Os três então me abençoaram e foram embora. Acordei com o coração palpitando.
Pouco depois o meu marido voltou. Ele estava visivelmente feliz e de bom humor e mal entrou no quarto, fez uma travessura. Falei-lhe imediatamente do meu sonho. Ele ficou muito sério e foi ter com seu pai. Quando voltou, disse que seu pai desejava ver-me imediatamente. Fui falar com meu sogro. Ele me pediu para repetir o sonho com os mínimos detalhes e me questionou depois com respeito à aparência dos três homens que eu tinha visto no meu sonho. Descrevi-os, e ele então explicou: ‘o primeiro era meu pai (o santo Tsemach-Tsedec) e os dois outros: meu avô (o Miteler Rebe) e meu bisavô (o Alter Rebe), bendita seja sua memória.
Após Iom Tov, eu deveria me submeter à primeira condição. Mas como juntar os 18 rublos para Tsedacá? Recordei que possuía um vestido novo caro, feito na última moda, que meu sogro não queria me ver usando; portanto ele ficava pendurado num armário. Chamei uma mulher judia influente que era ativa na cidade em obras de caridade e lhe pedi, confidencialmente, para vender meu vestido. Não ficaria bem se corresse a voz que a nora do Rebe de Lubavitch estava vendendo alguma coisa do seu guarda-roupa. O produto dessa venda e de outros objetos pessoais me permitiram reunir os 18 rublos que distribuí em dinheiro para Tsedacá. Neste mesmo ano de 5640 (1880), no dia 12 de Tamuz, meu filho Iossef-Itschac nasceu.”
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O Rabi Iossef Itschac era um ardente defensor dos seus irmãos judeus. Ele lutou incansavelmente pela sua independência, tanto material quanto espiritual. Sua ação o opôs ao regime anti-semita tsarista e mais tarde aos comunistas, que negavam D’us. A conseqüência disso foi que ele conheceu as prisões russas, onde ele foi encarcerado algumas vezes.
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Numa carta que ele escreveu com respeito à festa da libertação de 12 de Tamuz, o Rebe Raiats precisou:
“Não foi só a mim que o Santo bendito seja Ele libertou neste 12 de Tamuz, mas a todos os que amam a nossa santa Torá, respeitam a Mitsvá e até mesmo àqueles para quem Israel é apenas um apelido. Este dia, o décimo segundo do mês de Tamuz, é a festa da libertação de todos aqueles que difundem a Torá. Foi nesta data que se consolidou aos olhos de todos que a obra que cumpri, propagando a Torá e fortalecendo a fé, é legal neste país.”
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Calendário
12-13 de Tamuz
Aniversário do Rabi Iossef Itschac (1880-1950), sexto líder de Chabad-Lubavitch.
Libertação do Rabi Iossef Itschac Schneerson da prisão bolchevique de Leningrado, 1927. Seu encarceramento foi resultado da sua luta implacável para preservar a vida religiosa judia dentro da União Soviética. Ajudado por fiéis seguidores, estabeleceu uma ampla rede clandestina de escolas de Torá, e de ajuda financeira para a construção e manutenção de micves (banho ritual para pureza familiar), para a observância do Shabat e a compra de artigos religiosos. Embora a sentença inicial tenha sido de morte, a pressão internacional fez com que a pena fosse comutada a 10 anos de trabalhos forçados no Ártico e depois a três anos de exílio nos Urais. Depois de uns poucos dias de exílio, ele foi libertado em Tamuz 12-13 e logo depois, forçado a deixar a Rússia. Sua libertação foi considerada, nessas circunstâncias, milagrosa.
Sua luta assegurou que a chama de judaísmo, esmagada quase até a extinção, permanecesse queimando clandestinamente e se tornasse a fonte da surpreendente onda moderna de retorno ao judaísmo entre os milhares de judeus intelectuais soviéticos, criados por quatro gerações de ateísmo e materialismo marxista!
17 de Tamuz
Moshé desceu do Monte Sinai depois de D’us ter lhe ensinado a Torá inteira durante 40 dias. Em suas mãos carregava as duas tábuas gravadas com os dez mandamentos. Mas quando viu o Povo adorando o Bezerro de Ouro, deixou as Tábuas caírem e se espatifarem, desgostoso.
Em gerações posteriores, o Rei Menashé erigiu um ídolo no Templo.
Apostomos (um general grego) queimou um rolo da Torá.
Os sacrifícios diários tiveram que ser interrompidos.
Os romanos abriram uma brecha nas muralhas de Jerusalém (70 da Era Comum).
Observa-se este dia como um dos cinco dias de jejum público.
Nele começam a ser contadas as ‘Três Semanas’, um período de luto nacional pela destruição dos dois Templos, durante o qual não se celebram casamentos nem se marcam festividades.
NADA NÓS SALVARÁ, SOMENTE MASHIACH TSIDQUEINU
TAMUZ
A Chassidut explica que Tamuz é o nome de uma idolatria da antigüidade. Assim, a Torá da a força para retirar a vitalidade das forças do mal e para transformá-las em santidade, demonstrando assim que “tudo o que D’us realizou em Seu mundo, Ele o criou para Sua honra”.
Cita-se também na Chassidut a sentença dos nossos sábios que “em Tamuz o asno (chamor) sente frio” o que quer dizer que está indiferente.