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PARASHA PINHAS
Resumo do Conteúdo da Parachá de Pinchas
- D’us declara que Pinchas ben Elazar ben Aharon o Cohen merece uma recompensa por ter matado corajosamente a Zimri, que profanou em forma pública o Nome Divino : o sacerdócio para ele e seus descendentes.
- D’us ordena ao povo que lute com os midianitas.
- O povo é contado outra vez. Cada um vai receber uma parte da terra de Israel.
- As filhas de Tslofchad pedem uma parte do país.
- Moshé ascende no Har Nevó para contemplar Erets Israel.
- Iehoshuá é escolhido por D’us para suceder a Moshé.
- São enumeradas as leis que se referem aos sacrifícios diários e ao sacrifício adicional (mussaf) para Shabat e Iamim Tovim (dias festivos).
MIDRASH
Os judeus estabeleceram o seu acampamento em Shitim, com um sentimento de segurança e confiança em si. D’us havia repelido todos seus inimigos, inclusive o célebre feiticeiro Bilam que havia sido obrigado a louvá-los e a abençoá-los. Desse modo, prevalecia um espírito de irresponsabilidade no interior do campo.
Mais profundamente, Shitim era em si geradora de vida libertina. A cada etapa do deserto, D’us submeteu os judeus a um teste particular, Shitim tinha sido investida do poder de incitá-los para a imoralidade.
Os judeus célebres pelo seu excepcional nível de moralidade, mesmo no meio da sociedade decadente do Egito, dessa vez caíram na armadilha.
Foram os homens mais simples do povo que começaram a pecar. Depois de comer, decidiram relaxar visitando a feira instalada fora do campo.
É comum um pecado grave começar por um ligeiro afastamento, cuja gravidade aumenta gradualmente. Em vez de usar o seu tempo livre para estudar a Torá, alguns judeus decidiram consagrá-lo a futilidade.
A velha que estava na entrada de cada uma das barracas espalhou diante deles a sua mercadoria e deu seu preço, acrescentando: “eu sei que esses artigos são caros, mas lá dentro vocês poderão certamente encontrar muita mercadoria a bons preços.”
O judeu entrava na tenda e descobria uma jovem midianita, muito atrativa, que lhe pedia um preço insignificante por esses mesmos artigos que tinha visto lá fora. Conversando de maneira comprometedora, ela dizia ao judeu: “Não conseguimos entender a razão pela qual vocês, os judeus, nós têm tanto ódio e recusam casar-se conosco. Somos semelhantes ao vosso povo. Não somos todos descendentes de Terach, o pai de Avraham?
Olha, eu te dou de presente este objeto porque estamos em família. Eu tenha a impressão que sempre te conheci; porque você não senta e toma alguma coisa?”
Se o judeu recusasse, ela acrescentava: “Não recusa por razões religiosas. Eu sei que você se submete a leis alimentícias estritas. Mas olha, temos aqui galinhas e carneiros gordos! Ordena que sejam abatidos de acordo com as vossas exigências e você vai poder comer deles. Enquanto isso, toma algo.”
Cada uma das moças tinha uma garrafa de vinho aromático com poderosos efeitos, que lhe apresentava. Nesta época o vinho dos não judeus não era proibido e um judeu não podia hesitar por razões religiosas.
Quando o vinha subia à cabeça do judeu, a moça o convidava para a libertinagem mas com a condição que ele fizesse culto ao seu ídolo, o Baal Peor. O judeu respondia: “Não me inclinarei diante deste ídolo”. E a moça lhe explicava então. Não há necessidade de se inclinar. Basta ficar à vontade diante dele.”
O abominável culto deste D’us exigia dos seus adoradores que comam e bebam e depois se desnudem e fiquem à vontade diante do ídolo.
Este culto simbolizava toda a filosofia das nações: “Vives para satisfazer teus desejos físicos. Não há razão para sentir a mínima inibição, nem mesmo diante dos nossos deuses!” Sua doutrina de falta de pudor e desaforo absolutos se opõe diametralmente ao conceito da tora de tsniut(modéstia), que provém de uma consciência constante da presença de D’us, que criou o homem para que O sirva a todo momento.
Uma mulher não judia ficou um dia gravemente doente e fez o seguinte voto: “Se eu ficar curada dessa doença, eu devotarei um culto a todas as divindades deste mundo.” Quando se restabeleceu, se dirigiu a um sacerdote, depois a outro, para investigar todos os deuses e a maneira como se deve adorá-los. Quando ouviu falar de Baal Peor, perguntou ao seu sacerdote: “Em que consiste o culto deste deus?” O sacerdote a instruiu dessa maneira: “Consome certos legumes, bebe vinho, descobre-te e faze as tuas necessidades diante dele.” Incrédula, a mulher comentou: “Eu preferiria contrair minha doença por segunda vez a entregar-me a esse culto repugnante.”
Apesar de tudo, por causa do odioso plano de Bilam, alguns judeus aceitaram adorar este ídolo. A cólera do Todo-Poderoso inflamou-se então.
O Beit Din(Corte Rabínica) condenou os adoradores à lapidação, depois à forca.
Os membros da Tribo de Shimon foram assim invadidos por uma grande angústia, visto que muitos eram os que, dentro deles, haviam sido condenados à morte. Eles se apresentaram, diante do Nassi (Chefe da Tribo), Zimri (também denominado Shlumiel ben Tsurishadai), e o repreenderam: “Como poderíamos ficar em silencia diante de tantos mortos?”
Em resposta, Zimri desafiou descaradamente Moshé em público.
Fez propostas à filha de Balac, Cosbi, que respondeu: “Meu pai me ordenou de só me oferecer ao vosso chefe, Moshé.”
Balac esperava que sua filha, de excepcional beleza, pudesse seduzir Moshé e que então, todo o povo judeu seria entregue em seu poder.
“Sou maior que Moshé, lhe respondeu Zimri; ele é um descendente da terceira tribo, Lévi, e eu descendo de Shimon, o segundo filho. Para te provar que sou igual a Moshé, eu te conduzirei abertamente para o interior do acampamento.”
E desaforadamente, Zimri conduziu essa mulher não judia diante de Moshé e inquiriu: “Filho de Amram, esta mulher é permitida ou proibida para mim?
- É proibida” respondeu Moshé.
Zimri observou: “D’us diz que és digno de fé. Já que declaraste que não tenho direito de viver com esta mulher, deves admitir que tua própria esposa é também proibida, já que ela é filha de um sacerdote de Midian.”
Moshé ficou em silencio. [Os casos de ambos nada tinham em comum. Ele havia casado com Tsipora antes de Matan Torah (a Entrega da Torá), e mais importante que tudo, sua mulher tinha se convertido ao judaísmo].
Zimri conduziu a mulher midianita, à vista de todos, para sua tenda.
Queimando de indignação, Pinchas, o neto de Aharon, observara a cena.
Inspirado pelo Céu, recordou a lei que se aplicava na situação.
Voltou-se para Moshé indagando: “Tio avô, você não nos ensinou quando desceu do Har (Monte) Sinai que aquele que coabita com uma mulher não judia pode ser atacado por um zelote?”
Moshé respondeu: “Que aquele que recordou a lei seja o agente que a executa!”
“Porque ninguém passa para a ação para reparar este Chiloul Hashem (profanação do Nome de D’us)? Pensou Pinchas. Aonde estão os “leões”, membros das tribos de Iehuda e Dan? Aonde está Biniamin, o “lobo”?
Estourou uma praga entre o povo. A cólera Divina tinha sido acesa contra ele por causa do pecado público de Zimri. Por isso, Pinchas sabia que devia passar à ação para salvar o povo do castigo celestial.
Pinchas tomou a lança de Moshé (ninguém mais além dele possuía uma, já que está proibido levar uma arma num Beit Hamidrash), escondeu a ponta nas dobras da sua roupa e usou sua haste como uma vara. Quando se aproximou da tenda os guardas lhe perguntaram: “O que vens procurar aqui?”
Para enganá-los e para que o deixem entrar, Pinchas respondeu: “Não sou pior que o Nassi (chefe) de vocês. Meu pai, assim como Moshé, casou-se com uma mulher midianita. Eu aprecio as midianitas.”
Permitiram-lhe entrar. Apenas encontrou-se dentro, Pinchas enfiou sua lança através dos corpos de Zimri e Cosbi.
D’us fez doze milagres para proteger Pinchas e provar que ele tinha agido como deve. Por exemplo, a ponta metálica da lança prolongou-se para os dois pecadores fossem atravessados juntos; não expiraram imediatamente para que Pinchas não fique tamé(impuro) e não sangraram para não manchá-lo. Enfim, uma força superior foi outorgada a ele e ele pode alçá-los e mostrá-los ao povo.
A partir do momento que Pinchas matou Zimri, a praga cessou.
Quando Pinchas mostrou ao povo o casal morto, os membros da Tribo de Shimon quiseram matá-lo. D’us permitiu então que a praga aumentasse de novo e aqueles que tentaram atacá-lo desmoronara,
À vista disso, Pinchas atirou o casal atravessado pela lança e como a rezar em favor da Tribo de Shimon, como está escrito: “E Pinchas levantou-se e intercedeu” [Tehilim(Salmos) 106-30]. Hashem (D’us) ouviu sua tefila (prece) e a praga cessou.
Vinte e quatro mil judeus pereceram durante a praga, todos da Tribo de Shimon, enquanto que apenas três mil foram executados depois do pecado do bezerro de ouro. O pecado de Shitim foi mais grave, porque se tratava de imoralidade associada a idolatria. Além do mais, tinha a ver com a honra dos judeus, que tinham se entregue à prostituição com mulheres não-judias.
Pinchas, vendo Zimri, o príncipe da tribo de Shimon realizar um casamento misto com Cozby, uma princesa moabita, atravessou a ambos com sua lança.
Como recompensa, D’us acordou-lhe sua “aliança de paz”, bem como o sacerdócio: Ele fez dele um Cohen. Pinchas, entretanto, ocupava na hierarquia um lugar muito inferior ao de Zimri, o chefe da tribo em questão.
Quem era Pinhas para ousar agir assim?
A provocação de Zimri, o príncipe da tribo de Shimon, tinha ocorrido diante de todo o povo judeu, na presença de suas elites, de Moisés e Aarão e dos 70 anciões!
Quem era Pinchas para permitir-se agir desta maneira?
E apesar de tudo, D’us recompensou-o com uma recompensa única, que não foi oferecida a nenhum outro além dele: a outorga da Quehuná, o sacerdócio. O ensinamento é claro: nos acontece ter de enfrentar injustiças, situações intoleráveis às quais ninguém reage. Temos então a tendência a dizer:
- Se gente maior do que eu não reage é sinal que talvez eu também devo calar... Este é um grande erro: talvez o silencio dos outros é desejado por D’us para poder acordar-nos, a nós A recompensa? Esta é a lição de Pinchas: sem esperar a reação dos grandes, é preciso agir: “num lugar onde não há homens, esforça-te para ser um homem”.
Nossa parashá conta como vai ser dividida a terra de Israel entre todas as tribos. Onde cada um ia se instalar? A partilha vai ser feita por meio de um sorteio. Não havia, portanto, nenhuma razão para que uma tribo receba uma parte precisa da terra: esta divisão era por sorteio e não pela lógica.
Tudo que existe em nosso mundo vem do espiritual. Assim, do mesmo modo que a terra de Israel foi dividida por sorteio, é por este mesmo meio que uma missão particular foi dada a cada judeu.
Claro, cada um tem que respeitar todas as Mitsvot. Mas possuímos, todos, coisas especiais que se referem mais a nós que aos outros.
Sabe-se que muitos sábios dedicavam uma atenção especial a certos mandamentos. Eram Tsadiquim, justos; respeitavam toda a Torá, de todo coração. Apesar disso, cuidavam mais de algumas Mitsvot específicas, diferentes para cada um deles, por que eles sabiam que este mandamento os tocava especialmente.
Qual é, então, a mitsvá que está mais especialmente ligada a nós? Não podemos sabê-lo de verdade. Isto não depende da nossa inteligência nem do que podemos compreender. Isto não tem nada a ver com a lógica - é como um sorteio! É como se tivéssemos recebido esta missão especial por este meio, o sorteio, e que precisássemos cumpri-la com muito cuidado.
Quando percebemos que temos dificuldade em cumprir uma Mitsvá, é a prova que ela é muito importante, especialmente para nós. É por isso que o Ietser Hará, a má inclinação, tenta nos impedir de cumpri-la. É por que é justamente a missão especial que nos foi dada e que se refere a nós mais que qualquer outro ser.
Quando alguma coisa nos parece difícil, é por que nos é pedido um esforço suplementar. Não temos o direito de abandoná-la. Pelo contrário, é preciso se esforçar para ter sucesso por que esta mitsvá é especialmente ligada à nossa Neshamá, nossa alma. É o que recebemos no “sorteio”.
E quando o fizermos, teremos êxito em todo o resto.
(Nun=50, biná - Vó=bá - Moshé chegou ao nível 50)
O TRIUNFO DO ÍNTEGRO
Pinchas, vendo um príncipe da tribo realizar um casamento misto com uma princesa moabita, atravessou a ambos com sua lança.
Como recompensa, D’us acordou-lhe sua “aliança de paz”, bem como o sacerdócio: Ele fez dele um Cohen. Pinchas, entretanto, ocupava na hierarquia um lugar muito inferior ao de Zimri, o chefe da tribo em questão.
Quem era Pinhas para ousar agir assim?
A provocação de Zimri, o príncipe da tribo de Shimon, tinha ocorrido diante de todo o povo judeu, na presença de suas elites, de Moisés e Aharon e dos 70 anciões!
Quem era Pinchas para permitir-se agir desta maneira?
E apesar de tudo, D’us recompensou-o com uma recompensa única, que não foi oferecida a nenhum outro além dele: a outorga da Quehuná, o sacerdócio. O ensinamento é claro: nos acontece ter de enfrentar injustiças, situações intoleráveis às quais ninguém reage. Temos então a tendência a dizer:
- Se gente maior do que eu não reage é sinal que talvez eu também devo calar... Este é um grande erro: talvez o silencio dos outros é desejado por D’us para poder acordar-nos, a nós A recompensa? Esta é a lição de Pinchas: sem esperar a reação dos grandes, é preciso agir: “num lugar onde não há homens, esforça-te para ser um homem”.
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