Resumo da Parasha Vayishlah
Resumo da Parashá Vayishlah:
Sob a ordem de D’us, Iaacov retorna a Israel, depois dos vinte anos passados na casa de Lavan. Agora ele está casado, trouxe ao mundo os fundadores das tribos do povo judeu e se tornou muito rico. Ele se prepara para seu reencontro com Essav que ainda guarda rancor dele e no caminho, ele teve que se bater contra o anjo de Essav. Ele o abate e este lhe da o nome Israel. Ele se encontra com Essav que lamenta o mal que queria lhe fazer.
No caminho de volta, Iaacov envia mensageiros a Essav, seu irmão. Ele lhes ordena dizer, de parte sua: “Com Lavan morei”. Com essas palavras, Iaacov queria mostrar que tinha se mantido estranho a tudo o que se referia a Lavan, e que apenas “esteve”, morou provisoriamente lá, sem nela ter se instalado.
De fato, todas as coisas deste mundo material, a riqueza, eram para Iaacov coisas alheias. Nada disto o preocupava, nem lhe interessava. Não era verdadeiramente para ele.
Seu lugar de residência não era, portanto, Lavan e o mundo material, mas sim o estudo da Torá e a prática das Mitsvot. É no serviço de D’us que ele se sentia em casa, e em nenhum outro lugar mais.
A Parashá especifica com respeito a este assunto: “Ele construiu uma casa para si e, para seus rebanhos, ele fez cabanas”. Isto quer dizer que para ele mesmo, para sua Neshamá, sua alma, ele edificou uma casa, um lugar fixo, definitivo - esta era sua verdadeira ocupação. Mas para seu rebanho, sua riqueza material, ele só fez cabanas, quer dizer coisas provisórias, que não se destinam a durar.
Deste modo podemos entender o comentário de Rashi com respeito ao versículo “Com Lavan morei”. Em hebraico a palavra “morei” se diz “garti”, que está composta das mesmas letras que “tariag” que quer dizer “613”, o número das Mitsvot. Rashi acrescenta, então: “Com Lavan morei (“garti”)” - “e respeitei as 613 (“tariag”) Mitsvot”. Iaacov declara então que, apesar de ter ficado muito tempo com Lavan, pode cumprir todas as Mitsvot. Como conseguiu fazê-lo? Considerando as coisas materiais como coisas alheias no lugar onde apenas “morava”.
O Maguid de Mezeritch dizia: “Em casa é diferente. Em casa precisamos mesmo ter tudo. Mas quando estamos viajando, não é grave se o local onde se está não é muito bonito, se os móveis não são belos. Estamos viajando”.
Hoje, nesta época de Galut, estamos viajando. Ainda não estamos em casa, tudo é provisório. Somos como Iaacov, que apenas “esteve” com Lavan.
Estamos a caminho, avançamos para a Gueulá. É nela que se encontra a verdadeira vida. Entraremos então na nossa casa, nossa moradia definitiva. O que temos a fazer é o serviço de D’us. Se considerarmos o mundo desta maneira, faremos com que Mashiach venha muito rápido.