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Shemini
BS’D
Kol Hamoshiach
PARASHAT SHEMINI
Conteúdo da Parashá:
Þ Os 8 dias da inauguração do Mishcan. O período de inauguração do Mishcan durou 7 dias; o 8odia, o 1o do mês de Nissan de 2449, a Shechina (Providencia Divina) devia nele residir.
Þ A morete de Nadav e Avihu, amigos íntimos do Todo-Poderoso.
Þ Aharon e seus filhos sobreviventes não devem chorar os falecidos. O Cohen Gadol (sumo Sacerdote) não pode nunca abandonar seu Serviço (Avodá), mesmo se ele perde seu pai ou sua mãe.
Þ Um Cohen não pode entrar no Mishcan depos de ter tomado vinho.
Þ As leis dos alimentos.
Þ Impureza ritual proveniente de um contato – Tumat Maga.
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As Leis da Cashrut são mencionadas na nossa Parashá. Somos o que comemos! O alimento se torna nossa carne, nosso sangue. É por isso que a escolha dos nossos alimentos deve ser feita em função das regras da Cashrut.
Ao proibir-nos os animais carnívoros, a Torá quis impedir-nos de integrar os aspectos mais animalescos, mais baixos deste tipo de seres vivos. Da mesma maneira fez com os pássaros. Além do mais, a carne deve ser cuidadosamente libertada dos seus aspectos que poderiam carregar instintos perigosos: o sangue e as gorduras devem ser rigorosamente extraídos do animal antes do seu consumo.
Para serem declarados casher, os animais devem, além disso, obedecer a dois critérios: ruminar e possuir um casco fendido.
O casco simboliza a separação com a terra, o afastamento com relação ao mundo material: um judeu não deve nunca se implicar completamente no material. Sua essência deve ficar ligada mais em cima.
O fato de ruminar ensina o judeu a não se precipitar sobre as coisas materiais da vida. Ele deve considerá-las com circunspecção e raciocínio, se ver se ele realmente as necessita.
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A - A situação da cashrut se presta a confusão porque um grande número de produtos tem uma etiqueta de cashrut e muitos restaurantes, hotéis, pizzarias, açougues e empresários do ramo afirmam que são “casher” ou até mesmo “glatt casher”. Mas as investigações revelam que eles utilizam métodos ou ingredientes duvidosos, ou que os alimentos podem ter sido tratados sobre esteiras que foram também usadas com gorduras proibidas, etc. ... A pretensão de cashrut não seria então uma garantia em si se não tivéssemos a certeza que o rav ou o mashguiach que certifica o produto é um homem temente a D’us.
Nossa geração se preocupa com o equilíbrio alimentar e sabe quais os alimentos e quais as vitaminas necessárias à saúde. Mas ainda falta ter sucesso na educação de uma geração que se preocupe com a cashrut e que saiba que introduzir na sua casa todos os “produtos casher” sem discriminação ou ir comer em qualquer lugar que se diz “casher” pode provocar na sua alma um prejuízo irreparável.
B - Na cidade de Tsipori havia um açougueiro que tinha o costume de vender aos judeus carne não casher.
Num Erev Iom Quipurele comeu abundantemente, tomou vinho e subiu no terraço situado no alto da sua residência. Como estava ébrio, ele tropeçou, caiu e quebrou os ossos. Os cachorros se juntaram ao seu redor para lamber seu sangue.
Iom Quipur já tinha começado e os habitantes da cidade se apressaram indo consultar Rabi Chanina para saber se podiam levar o corpo do açougueiro para um lugar onde estivesse ao abrigo dos cães.
“Deixem-no ali onde está, ordenou Rabi Chanina. Este homem tirou dos cães a parte que lhes correspondia de acordo com a lei da Torá. Está escrito “Não coma carne treifa; atire-a aos cães.” (Shemot 22:30) Este homem, que alimentou os judeus com carne não casher, privou os cães da mesma. Portanto eles vieram reclamar o que lhes era devido.
As leis alimentícias
Hashem ensinou a Moshé as espécies de animais, pássaros e peixes que um judeu está autorizado a comer e as que lhe são proibidas.
Ao enumerar as espécies animais, o Todo-Poderoso as apresentou milagrosamente diante de Moshé e, depois de indicar-lhe os sinais de pureza de cada uma delas, Ele lhe disse: “dessa você pode comer” ou “essa é proibida para você”.
Porque um judeu deve se restringir seu consumo de carne animal só às espécies cacher?
Abravanel insiste no fato que a proibição da Torá não está fundamentada em considerações de saúde ou de higiene. Se opinássemos assim, reduziríamos a Torá a não ser mais que uma guia de dietética. Ora, constatamos que as nações não judias, apesar de consumirem porco, insetos e outros animais declarados impuros pela Torá, gozam entretanto de força e de uma boa saúde.
As leis da nossa divina Torá, mais que visar a saúde do corpo, visam manter a saúde da alma. A Torá nos proibe o consumo de certos alimentos que atingem a pureza da alma, a mancham e nos contaminam espiritualmente.
Porque o Todo-poderoso permitiu às nações do mundo todas as espécies de alimentos e impôs restrições ao Seu povo eleito?
Dois homens foram ao médico queixando-se da sua saúde em declínio. Ao primeiro ele recomendou que seguisse um regime estrito se estivesse preocupado com sua recuperação. O exame do segundo paciente lhe havia revelado que o medicamento nada mais podia fazer por ele. Então não impôs nenhum regime.
O povo judeu é dotado de almas puras, às quais o consumo de um alimento não cacher pode atingir. Mas as nações do mundo, enraizadas na tumá(impureza), não são afetadas por esses alimentos. Seu nível espiritual é tão inferior ao de Clal Israel (o povo judeu) que são insensíveis à grosseria e à brutalidade que a ingestão de animais impuros faz germinar no psiquismo humano.
Um judeu que respeita escrupulosamente as leis alimentícias apesar de não entender a razão de certos animais ou certas partes do animal serem proibidas enquanto outros são permitidos, recebe grandes recompensas:
Ele terá o privilégio de participar do grande banquete que será oferecido na época de Mashiach. Ele vai provar do shor habor, que combina os mais delicados sabores de todas as carnes e receberá sua parte do delicioso peixe denominado Leviatan.
Isso comprova a grandeza espiritual e a quedushá que adquire aquele que se abstém de ingerir alimentos não-casher. Inversamente, aquele que consome alimentos proibidos da força às suas más inclinações e obstrui sua alma e sua inteligência. Seu natural se impregna de características similares às dos alimentos impuros que ele comeu. Ele se torna grosseiro e vai ter menos aptidões para estudar Torá e comportar-se como judeu.
Sinais pelos quais se distinguem as espécies casher das não casher
A Torá nos dá sinais graças aos quais podemos reconhecer um animal cujo consumo é permitido.
Gado
O Todo-Poderoso decreta que só um animal que possua as duas características seguintes é casher:
1. Seu casco deve ser fendido em toda a extensão. Certos animais têm o casco parcialmente fendido, mas unido à base. Eles não são casher. Os cascos devem ser divididos em duas unhas distintas.
2. Ele deve ruminar: depois de ter engolido seu alimento, ele o regurgita para poder mastigá-lo.
Na Parashat Reé (Dvarim 14:5), a Torá cita dez animais casher:
- o boi/shor
- o cordeiro/sé quevassim
- o cabrito/sé isim
- o veado/aial
- o cervo/tsvi
- (búfalo)/iachmur
- o bode silvestre/aco
- (unicórnio)/dishon
- o boi silvestre/te’ó
- (cabra montez)/zemer
A Torá nos alerta para não consumirmos um animal que, mesmo possuindo uma das características de pureza, não possui a outra. Esta é a lista:
- certo animal que possui duas gibas e duas colunas/shessuá (mencionado em Devarim 14:7), porque ele não tem casco.
- o camelo/gamal: ele rumina mas seus cascos não são completamente fendidos
- o coelho/shafan, que não tem cascos
- a lebre/arnevet, que não tem cascos
- o porco/chazir, seus dianteiros têm o casco fendido mas ele não rumina.
O exílio de Edom, o nosso exílio atual, foi revelado aos profetas com as características do um porco. Quais as semelhanças que eles apresentam? Nossos sábios explicam que, da mesma maneira que o porco estica suas patas da frente como dizendo: “Olha! Eu sou casher!” os governos de Edomexibem seu sistema legal escondendo a devassidão que tem livre curso debaixo do pano, seja o roubo, a corrupção, e assim por diante.
O verdadeiro estado das coisas nós é revelado pelo exemplo de um governante não-judeu que, depois de ter dado a ordem de executar um certo número de pessoas culpadas de roubo, adultério ou magia, confiou ao carrasco: “eu mesmo cometi todos esses atos diante uma única noite!”
Esse tipo de midrash nos é relatado pelos Sábios para abrir nossos olhos com respeito à verdadeira natureza do meio não judeu dentro do qual vivemos. Com freqüência o judeu do exílio fica perdidamente admirado com a cultura e os conhecimentos da sociedade não judia que o rodeia. Ele tenta alcançar a perfeição máxima, como ele se representa que é - e molda sua forma de vida na deles. Mas como a nosso história infelizmente o comprova, acaba sempre chegando uma época em que o porco, apesar das patas casher, revela sua verdadeira identidade. Ele se vira contra o judeu com uma selvageria da qual este nunca suspeitou e se empenha em torturá-lo até levá-lo à morte nas fossas públicas ou nos fornos crematórios.
Peixes
Para ser casher um peixe deve possuir nadadeiras e escamas. Se constatamos no peixe a presença de escamas, podemos considerá-lo casher já que todos os peixes com escamas possuem também nadadeiras.
Aves
A Torá nos da a lista de vinte e um pássaros não casher. Estes são citados porque são menos numerosos e porque a Torá escolhe o modo de expressão mais conciso.
Apesar de todas as aves que não são citadas serem permitidas pela Torá, estamos autorizados a consumir hoje em dia apenas aquelas que uma tradição ininterrupta declara casher.
Insetos
A Torá autoriza o consumo de certas espécies de “réptil alado” e cita quatro características necessárias para que sejam permitidas. (Vaicrá 11:21-22)
Entretanto, só poderemos consumi-los se possuirmos uma tradição confiável de acordo com a qual eles pertencem às espécies permitidas. Esta tradição difere de acordo com os países. Os iemenitas, por exemplo, comem uma espécie de gafanhoto que não seria autorizada aos judeus provenientes da Europa central.
É proibido comer insetos ou vermes. Qualquer alimento suscetível de alojar nele insetos ou vermes deve, consequentemente, ser pesquisado com o maior cuidado antes de ser comido.
Animais rastejantes/Cheretz
Hashem proibiu aos judeus o consumo de qualquer animal que rasteja no solo ou no meio aquático. “Eles serão abominação para vocês!”
Nenhuma espécie de réptil é casher.
Porque o Todo-Poderoso os designa, no seu conjunto, como repulsivos? Ele os julgou impróprios ao consumo por causa da serpente, que pertence ao seu gênero. Abster-se deles nos lembra para sempre a sedução perniciosa da serpente pela qual Adão pecou, levando a morte ao gênero humano.
Oito répteis, além de proibidos para o consumo, tornam o judeu que os toca quando mortos, tamé (impuro ritualmente).
Um atraso incompreensível.
A libertação é, na nossa época, de importância capital. Contudo, ela provoca o maior assombro: como, apesar de tudo o que foi realizado, a vinda de Mashiach ainda não se efetivou? Isso é absolutamente incompreensível.
Outro ponto também primordial: Várias dezenas de Judeus se reúnem num momento propício para a libertação. Apesar disso, eles podem não ter o desejo de que a libertação ocorra imediatamente, e imaginar que o Mashiach não virá esta noite, D’us não queira, e que tampouco estará aqui amanhã. Eles podem até pensar que ele não estará aqui depois de amanhã!
É verdade que gritamos “até quando?” Mas, com isso se está apenas cumprindo uma obrigação. Se esse grito fosse sincero, é seguro e certo que Mashiach estaria aqui há muito tempo já.
O que mais posso fazer para que o povo Judeu expresse com sinceridade seu desejo de revelar concretamente Mashiach? Tudo o que realizei até agora não serviu de nada. A prova pode ser tirada pelo fato de nos encontrarmos ainda no exílio e, mais do que isso, para tudo o que se refere ao serviço divino, este exílio é particularmente profundo.
Entretanto, me resta ainda uma coisa a fazer. Posso deixar em vossas mãos esta mensagem: façam tudo o que esteja em seu poder. Revelem as luzes mais intensas permitindo-lhes que se introduzam nos receptáculos do mundo, para que nosso justo Mashiach se revele concretamente, de maneira imediata.
Possa D’us fazer com que dez judeus se obstinem e se comprometam em persuadir o Santo Bendito seja Ele. Seu empreendimento será, sem dúvida alguma, frutífero, já que eles pertencem a “um povo com dura cerviz”, o que pode também se transformar numa qualidade. Desse modo, “Tu perdoarás nossos pecados” e a libertação verdadeira e completa poderá ser imediata.
28 de Nissan de 5751.
Hashem criou o universo e desejou que o mundo se eleve e que se construa uma moradia para Ele aqui em baixo. O processo geral para cumprir esse trabalho é através de Torá e Mitsvot. Cada geração, cada época, cada dia, cada comunidade e cada pessoa tem o seu trabalho específico.
Cada geração tem um líder, designado por Hashem, que conduz a geração para realizar o seu trabalho de servir Hashem. Quando esse trabalho for concluído, nada mais faltará para a chegada de Mashiach.
Mas Mashiach também poderá chegar quando todos os judeus fizerem tshuva e cumprirem Torá e Mitsvot, independente da conclusão do trabalho.
Naquele 28 de Nissan, o Rebe voltava do Ohel do Rebe anterior.
Ele comunicou que o trabalho que o líder devia fazer já havia terminado, isto é que o trabalho de elevar o mundo e de construir uma morada para Hashem estava concluído. Portanto só faltava se preparar para a vinda de Mashiach.
O Rebe falou das leis (dinim), e do processo da vinda do Mashiach segundo o Rambam, em Hilchot Melachim. Quando o processo estiver concluído, virá um descendente de David Hamelech, que vai estudar Torá como ele estudou e que vai subjugar o mundo através de sua influência e boa vontade, e o mundo inteiro seguirá o caminho de Torá e Mitsvot. Essa pessoa terá sucesso entre os judeus e entre os goim.
Estas palavras do Rebe foram proferidas depois da guerra do Golfo, que era em si só um sinal messiânico, já que todos os povos estavam contra nós e que finalmente nada ocorreu com o povo de Israel. Também era um sinal o fato da ONU decidir eliminar as armas nucleares. E o que dizer da queda do comunismo e das idéias do ateísmo, como o início da era de Mashiach!
O Rebe disse então que Mashiach já havia sido escolhido, já fora visto, já se falara com ele, e que ele ocupava seu lugar. Sabe-se que cada geração tem um candidato a Mashiach, se o povo estiver pronto para isso. Isto foi verdade no período anterior à conclusão do trabalho de elevação do mundo. Agora, que tudo estava pronto, Mashiach já fora escolhido. E o Rebe começou a chorar...
Sim, tudo está pronto. Só falta cada judeu dizer que quer sair do galut.
A parte do Rebe, o que ele podia ter feito, ele já fizera.
Agora era preciso que o movimento viesse de baixo (o que vem de cima, não exige esforço pessoal e por isso pode não ser permanente).
Conta-se a história de R. Iehuda que encontrou Mashiach e lhe perguntou quando viria. Ele respondeu hoje. Passado o dia, e como ele não viera, foi novamente interpelado. Mashiach respondeu então: Haiom Im Becoló Tishmaú (Hoje, se ouvirem a Voz de D’us) – Este é o despertar de baixo!
Até essa data, o Rebe nunca permitira falar em termos tão claros e tão abertamente sobre a identidade de Mashiach. Esta data foi uma decisiva guinada de 180o, quando ele afirmou que estávamos prontos para a seudá de Leviatan; que se gritasse Iechi Hamelech; e a cada indagação, a cada pergunta, quando ele falava em público, ele incentivava mais e mais os Chassidim nesse sentido.
Mais adiante ele explicou o que Rambam dizia: que Mashiach era de carne e osso, e que era dos vivos ou dos mortos. Depois explicou que poderia haver uma período de interrupção aparente (estaria se referindo ao Guimel Tamuz). A Cabalá explica um período que denomina “Dormitso”. Em Rosh Hashaná cada pessoa recebe a força divina para o ano. Ao terminar o ano, termina essa Chaiut (vitalidade). E ela só volta quando se toca o Shofar. Pergunta-se o que acontece nessas horas, entre o fim do ano e o toque do Shofar? É uma interrupção um período de adormecimento, em que se está “dormido” – é assim que o Rebe explicou essa interrupção.
Sabe-se que depois de ter proferido essas palavras, o Rebe encontrou um Chassid e lhe disse: Sei que isso não tocou quase ninguém. Mas tem alguns que sim.
Antes de Mashiach chegar, as pessoas (judeus e goim) serão como que ‘peneiradas’ – será definido o grau de ligação de cada um e a maneira de se ligar com Hashem.
Bem, nos 11 meses entre esse dia 28 de Nissan e o ataque que o acometeu, ele repetiu essa idéia, focalizou esse aspecto e falou incansavelmente com esse espírito.
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