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REBELDIA

PARASHAT KORAH

Resumo da Parashá:

Korah, com alguns partidários, se revolta contra Moisés e Aarão. D’us os castiga, mostrando assim que foi Ele que designou Aarão como Cohen.

Nossa Parashá ensina a cada um algo muito particular.

A Torá nós diz que Korah era um homem que provinha de boa família. Era um grande sábio; ele conhecia bem a Torá e era muito rico. Além do mais, estava muito próximo de Moisés e de Aarão.

Um dos seus partidários, On Ben Pélét era bem diferente dele. Não se nos indica a respeito dele nenhuma qualidade especial. O que aconteceu a ambos? O contrário do que poderíamos crer.

Korah teve um final terrível. D’us o castigou; ele morreu e com ele centenas de judeus que o tinham seguido. Pelo contrário, On Ben Pélét foi salvo com toda a sua família. Foi o único dos partidários de Korah que não recebeu nenhum castigo.

Porque Korah foi tão duramente castigado e On Ben Pélét não? No caso destes dois homens, o mais importante foi o que fizeram as suas mulheres.

A esposa de On Ben Pélét soube segurar seu marido no último momento. Ela o salvou com toda sua família. Ela foi uma verdadeira esposa judia. Pelo contrário, a esposa de Korah, com suas palavras, seu comportamento, não parou de estimular o seu marido em sua revolta. Ela destruiu assim a sua própria casa com toda a sua família.

Esta história que o Midrach conta, chama a atenção sobre a grande responsabilidade da mulher, seu importante papel e a influência que ela deve ter sobre seu marido e seu meio. Como o rei Salomão disse: “a sabedoria da mulher constrói a casa.”

Korah se revolta contra Moshé. Ele exigiu a supressão da hierarquia do povo judaico, invocando como razão a igualdade entre os homens. A sua revolta acontece logo depois da dos exploradores e se inscreve, de fato, na sua continuidade.

Korah havia guardado a lição da revolta dos exploradores: esta havia provado que o espiritual não constituía o essencial, que a finalidade era dar as costas para o deserto e implicar-se no material. Que o essencial era o cumprimento das mitsvot materiais.

Mas frente ao cumprimento das Mitsvot materiais, como os Tefilin ou as mezuzot, todos os judeus são iguais. A diferença se situa exclusivamente no nível do espiritual. É esta diferença de intensidade espiritual que existe entre Moisés e Aarão por um lado e o resto do povo judeu pelo outro, que estabelece a indispensável diferença.

BS’D

Existem na Torá cinco Sidrot que têm nomes de pessoas. São elas: Noach, Itró, Korah, Balac e Pinchas. Estes cinco personagens mereceram ter uma sidra com seus nomes porque foram únicos. Cada um deles foi destacável, sozinho e único na sua geração. Korah, bem como Balac, se distinguiu não por devoção a uma boa causa mas como um notório rebelde. De fato ele foi o único a tentar destituir Moshé e tomar seu lugar como chefe. Fingindo piedade e uma grande preocupação pela honra e pelo bem estar do povo judeu, Korah levantou a bandeira da revolta. Ele acusou Moshé de impor a sua vontade ao povo judeu, de inventar as leis da Torá e de só aspirar a honrarias e riquezas às custas do povo.

Korah, na verdade, imputava a Moshé seus próprios defeitos.

Korah era um distinguido membro da tribo de Levi, sobrinho de Moshé. Uma função importante no Tabernáculo tinha sido confiada a ele. E outros lugares mais importantes que o seu haviam sido atribuídos a outros que mereciam mais do que ele.

Corroído pelo ciúme, ele tentou se rebelar contra a autoridade de Moshé e de Aharon. As discórdias e tumultos provocados por Korah não tinham como causa o “interesse divino”. Seus motivos eram, pelo contrário, egoístas e mesquinhos. Korah falhou miseravelmente e conheceu um fim sem glória, levando com ele na queda as 250 pessoas que tinham tomado seu partido.

O ensinamento é claro: a Torá dirige uma advertência a todos aqueles que, por razões pessoais e egoístas, tentam minar a direção da comunidade judia. Sua queda será inevitavelmente como a de Korah, se não fizerem Tshuva. Somente quando Mashiach chegar poderemos entender o bem oculto na rebelião de Korah.

rebeldia

RICO

1. Korah era uma das pessoas mais ricas que tenha nunca existido.

2. Acima de tudo, Korah extraia sua segurança na contemplação da sua fabulosa riqueza. Ele achava que tinha sido favorecido por Hashem (D’us), e que por isso, tinha todas as qualidades para dirigir uma revolta contra Moshé, já que “um homem rico fala com atrevimento” (Mishlé 18:23)

3. Mas, por ter desviado sua riqueza para rebelar-se contra a Tora, ele foi castigado mida-quenegued-mida (medida por medida). Não sobrou um sinal da sua fortuna. Ela foi engolida junto com ele dentro da terra.

20. A fortuna de Korah, que lhe havia permitido fomentar a revolta contra Moshé, foi perdida para todo o sempre. (Nem sequer teve o mérito de ver outro judeu fazer boas ações por seu intermédio).

INTELIGENTE

4. Korah era dotado de uma inteligência aguda e seu saber era grande.

6. Korah, um homem sábio, perdeu a sabedoria e a razão por estar consumido por seu desejo de glória e por ciúme daqueles que, pensou, eram iguais a ele mas tinham sido elevados a posições mais altas que a dele. Sua declaração, pela qual Moshé atribuíra obrigações sem receber a ordem de D’us, não era mais que apicorsut. Pelo próprio erro, Korah foi classificado entre aqueles que fazem pouco da palavra de Hashem (D’us). Ele chegou ao ponto de afirmar que Moshé havia inventado todas as mitsvot (mandamentos divinos)

MAS SUA MULHER ...

5. Apesar de suas inúmeras distinções, Korah não teria nunca ousado se opor a Moshé, se não houvesse sido incitado por sua esposa. A mulher de Korah não parava de estimular o ego do marido, dando-lhe a certeza de que era igual a Moshé e a Aharon. Para sua desgraça, Korah ouviu a mulher.

CIUMENTO – INVEJOSO (ÁVIDO) – SEDENTO DE HONRARIAS

7. O ciúme de Korah o devorava há muito tempo. Era o assunto de muitas das conversas entre ele e a esposa.

8a. A partir de então, Korah colocou-se em posição de sublevar o povo contra Moshé e conseguiu alguns adeptos.

8b. Durante o segundo ano no deserto, depois do caso dos Meraglim (espiões), Korah sentiu chegar a hora da revolta com que tanto sonhara; iniciou uma campanha e reuniu 250 adeptos, estabelecendo com eles uma facção contra Moshé.

REBELIÃO

14. “Tu, Moshé”, vociferaram, “te fizeste a ti mesmo rei e a teu irmão sumo sacerdote”.

9. Todo judeu deve ter um direito igual de servir no Mishcan (Tabernáculo).

10. Korah contestou a escolha de Aharon para a Quehuna (sacerdócio). Ele proclamou que Moshé havia outorgado a Quehuna a Aharon e a Avoda (Serviço Divino no Templo) aos Leviim do seu próprio chefe. Korah pedia que o direito de cumprir a Avoda fosse devolvido aos primogênitos de todas as Tribos e não que fosse limitado à única tribo de Levi.

11. – “Foste tu, Moshé, que inventaste as Mitsvot (mandamentos divinos) para reinar sobre nós e honrar teu irmão Aharon.

- Retiveste muitas altas funções. Tu, Moshé, usurpaste a realeza. E porque também nomeaste teu irmão Cohen Gadol (sumo-sacerdote)? Não tendes nenhum direito de os proclamares chefes de uma comunidade cujos membros são todos santos e na qual a Chechina (presença divina) reside.”

Korah e seus partidários estavam prontos a lapidar Moshé e Aharon.

12. Korah começou a denegrir todas as mitsvot (mandamentos divinos).

MOSHÉ

13. Moshé caiu  com seu rosto na terra. Queria assim mostrar que estava se humilhando e não que procurava alguma posição de autoridade sobre outros, como o afirmava Korah.

O TESTE SUICIDA

15. Disse Moshé:

“Todos aqueles que afirmam terem sido escolhidos para o Serviço, poderão se apresentar aqui amanhã de manhã, com um incensário cheio de quetoret (oferenda de incenso) e farão sua oferenda. Sabeis que aquele que, não sendo Cohen, oferece a Quetoret, incorre na morte vinda de Cima. Se escapardes da morte, vossa afirmação pela qual sois todos dignos de serem investidos de funções no Mishcan (Tabernáculo-Templo Sagrado), terá sido provada. Entretanto, advirto-os que se trata de um teste suicida. Apenas o homem mais santo poderá sobreviver à mesma e os outros perecerão.”

16. Moshé concluiu, repetindo a Korah: “Tu e teus 250 partidários podeis os apresentar amanhã na entrada do Mishcan (Templo) segurando cada um seu incensário cheio de quetoret (incenso) Veremos então de quem o Todo-Poderoso aceitará a quetoret em sinal de eleição para Seu Serviço.”

O CASTIGO DE KORAH, DATAM, AVIRAM E OS 250 HOMENS

17. Moshé pediu energicamente ao Todo Poderoso que castigasse Korah e seus adeptos com uma morte imediata e insólita. Porque, ao ridiculizar publicamente Moshé, Datan e Aviram haviam difamado a filha do Rei, a Torá.

Negando certas afirmações de Moshé (mesmo enquanto ele ainda vivia), Korah e seus partidários estavam deixando em dúvida a origem divina de toda a Torá. Outros poderiam seguir seu exemplo semeando a dúvida sobre outras partes da Torá e a inteira veracidade da Torá seria questionada. As gerações posteriores não deixariam de duvidar da autenticidade da Torá, argüindo: “Na própria geração de Moshé, houve aqueles que contestaram a origem divina da Torá. Como podemos saber qual dentre eles, Moshé ou Korah, tinha razão?

É por isso que Moshé rezou para Hashem (D’us): “Mestre do Universo, se esses homens só tivessem atacado a meu irmão e a mim, eu teria ficado em silencio. Mas não posso calar quando a honra da Torá está em jogo.” Então, ele pediu ao Todo Poderoso que deixasse um testemunho único na História castigando esses homens.

18. “Mestre do Universo”, rezou Moshé, “se Tu criaste uma entrada no Guehinom (inferno) no local mesmo onde se encontram esses homens, está bem. Se não eu Te peço para fazer um milagre. Desloca a entrada do Guehinom (inferno) e que ela venha até os pés deles para que eles entrem no mesmo vivos. Ficará então claro, aos olhos de todos, que eles blasfemaram Hashem.”

19. No mesmo momento que Moshé concluiu sua tefila (prece), Hachem (D’us) atendeu seu pedido. Ele realizou um milagre tão espetacular quanto aqueles da Criação do mundo, indicando claramente que Korah e sua assembléia eram mentirosos.

A terra abriu-se, alargando gradualmente no local onde estavam fincadas as tendas de Korah, Datan e Aviram. Ela os aspirou poderosamente, junto com suas família, tendas e tudo que lhes pertencia.

Não subsistiu nenhum sinal desses rechaim (maus).

Tudo o que possuíam foi atirado no abismo como por uma força magnética. Mesmo se uma roupa havia sido confiada à lavadeira ou se um pequeno objeto, como uma agulha, havia sido emprestado, ele era atirada para a abertura e engolido. Até mesmo nos documentos onde os nomes de Korah, Datan e Aviram haviam sido inscritos, a tinta, por milagre, desaparecia.

Como Moshé o havia solicitado, o Todo Poderoso abriu o Guehinom (inferno) na extremidade inferior do abismo e nele engoliu os reshaim (maus) vivos.

21. O que aconteceu aos 250 homens que estavam ali, com o incensário na mão, no umbral do Mishcan (Tabernáculo)? Desceu um fogo do Céu e os consumiu. Não mereciam receber uma sepultura, tendo sido integralmente aniquilados, mas não engolidos pela terra.

O QUE DIZEM OS MAUS DO FUNDO DO INFERNO?

22. E o que dizem os Rechaim (maus) no fundo do Guehinom (inferno)?

“Hashem é justo; Seu julgamento é verídico; as palavras do Seu servidor Moshé são verdadeiras e nós somos rechaim por ter-nos rebelado contra ele. Moshé é Emet (verdade) e sua Torá também!”

E assim continuarão dizendo até techiat hametim (ressurreição dos mortos), quando terão expiado totalmente seu pecado.

A TORÁ E AS MITSVOT (mandamentos divinos) SÃO UM ELIXIR PARA AQUELES QUE DESEJAM SE PURIFICAR MAS UM VENENO PARA AQUELES QUE PROCURAM SE MANCHAR.

OBSERVEM O PODER DE UM SÓ INDIVÍDUO PARA INCITAR OUTROS AO PECADO E A INFLUÊNCIA PERNICIOSA E PROFUNDA QUE EXERCE A CALÚNIA. AS INCITAÇÕES DE KORAH LEVARAM TODO O POVO À DERIVA.

Apicoiros – (se pronuncia apicoyirosse)

De Epicuro, o filósofo grego, citado pela literatura rabínica.

1.  Um incrédulo, um céptico, um agnóstico, um ateu.

2.  Um judeu que não observa as práticas religiosas. A Mishna diz: Todos os Judeus têm sua parte no mundo futuro exceto aquele que diz que a ressurreição não existe. Aquele que diz que a Lei não foi dada por D’us, este é um apicoiros.

G Sempre gostei desta charmosa história do jovem estudante brilhante que vai visitar o velho e sábio rabino e que exclama:

“Eu preciso lhe dizer a verdade, me tornei um apicoiros, não acredito mais em D’us!

-  E por quanto tempo, pergunta o Ancião, você estudou o Talmud?

-  Cinco anos, diz o estudante.

-  Só cinco anos, suspira o rabino. E você se atreve a achar que é um apicoiros?”

SER ENTERRADO VIVO!

O ALTER REBE, autor do Tania, explica que o estudo da Torá motivado por interesses pessoais (honra, orgulho) exila a Torá nas Clipot (Forças do Mal). Seria como tomar a cabeça do rei e enfiar o seu rosto num lugar cheio de material repulsivo (Tania, fim do cap. 24). É fazer a Torá e a nós mesmos descer nas profundezas do mal e “Ser enterrados vivos”.

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