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Hovot Halevavot

O "hovot Halevavot" os deveres dos corações,

(sétimo capítulo da Porta de Bitachon, [fé em D'us]) enumera as dez etapas que habitualmente cada pessoa atravessa durante a sua vida com respeito à confiança. Todas elas são incompletas, exceto a última, a mais elevada.

1)  O lactente conhece unicamente a segurança e a fonte de alimento que é para ele o seio da mãe.

2)  Enquanto sua inteligência vai se desenvolvendo, seu universo ainda continua centrado na mãe e ele a considera a fonte suprema de conforto e segurança.

3)  A medida que vai crescendo, ele começa a entender que sua família e sua mãe também dependem do sustento material do pai. Passa então a depositar toda a sua confiança na pessoa do pai que ele admira, e em quem vê a fonte última de poder.

4)  O adolescente tem cada vez mais confiança nele mesmo. É freqüente ele atravessar uma etapa na qual ele se acha o dono do próprio destino e pensar que seu êxito e sua prosperidade na existência serão fruto apenas da escolha de uma profissão ou do compromisso com o mundo dos negócios. O sucesso, pensa ele, dependerá da sua assiduidade no trabalho e do tempo que vai consagrar ao mesmo.

5)  Se ele não chega a trabalhar, vai depositar sua confiança em outros seres humanos e vai achar que o seu sustento depende deles.

6)  Por fim ele entende que há na existência certos domínios que escapam do poder humano; assim ocorre com a doença ou com a saúde, com as catástrofes individuais ou nacionais e assim por diante. Seu bitachon vai agora ser depositado no Todo-Poderoso para tudo o que tem a ver com esses assuntos e ele vai rogar a D'us que o preserve do mal. Mas esse bitachon ainda é incompleto e o profeta o descreve com essas palavras (Yrmiyahu 2:27): "Nos momentos em que estão perturbados eles dizem: levanta e nós salva ".

7)  Num nível de reconhecimento mais alto, o homem se recusa a assumir riscos para uma parnassa (sustento) ou a se comprometer com um comércio nefasto para sua saúde, e deposita sua confiança em Hashem para que Ele atenda às suas necessidades, mesmo que ele se abstenha daquelas ocupações.

8)  Elevando mais ainda o nível, ele já não crê no acaso natural e tem consciência que a casualidade não pode ser nem útil nem prejudicar e que não é o acaso que lhe da parnassa nem que retira o sustento. Ele sabe que só Hashem é a causa de tudo. A única razão para empreender um negócio ou entrar numa profissão é a de respeitar a vontade do Todo-Poderoso, de acordo com a qual não se pode estar ocioso e tem que trabalhar.

9)  Quando o seu conhecimento se aprofunda mais ele terá a clara consciência que uma ocupação não vai lhe trazer uma parnassa melhor que outra e que todas as facetas da sua existência, seus meios financeiros, sua saúde, etc. foram determinados da melhor maneira possível por Hashem. Ele então agradece e abençoa Hashem pela tragédia e ela boa fortuna sem que seus desejos atinjam o que não está no seu quinhão.

10)  O reconhecimento último é a verdadeira consideração da natureza efêmera das preocupações deste mundo e a consciência da grandeza do mundo vindouro, que durará para sempre. O homem se delicia meditando sobre a Grandeza de Hashem, se dedica ao estudo da Torá em vez de perseguir as preocupações deste mundo, Ele deposita sua confiança no Todo-Poderoso para que Ele atenda suas necessidades. Esta atitude faz do homem um ben olam habá. (digno do mundo vindouro).


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