GRAVIDEZ
A discrição até o quinto mês (trechos de cartas do Rabi)
A ausência do pedido de bênçãos durante três meses
A maneira de fazer os Kaparot
Uma mulher grávida durante uma circuncisão ou um casamento
A imersão ritual no nono mês
A Tsedaka
A verificação das Mezuzot
O Salmo 20 antes da bênção Ha Mapil
Uma prática mais escrupulosa da Torá e das Mitsvot
MILAGRE DO PARTO
EXTRATO DA PARASHAT TAZRIA
Hashem faz com que as leis relativas à mulher que da à luz sejam precedidas das palavras "Isha qui tazria / quando uma mulher concebeu..."
Esta frase nos faz observar a grande bondade com a qual D'us gratifica aquele que ainda não nasceu. O crescimento do feto no seio materno deveria encher-nós de gratidão para nosso Criador, por Ele ter provisto todas as nossas necessidades de forma milagrosa.
Enquanto a criança está no útero da sua mãe, toda a Torá lhe é ensinada. Ela recebe uma visão do Gan Eden e do Guehinom e o anjo que a assiste na obtenção deste ensinamento lhe diz: "Seja um tsadic! Não seja um rasha!" Quando a criança chega ao mundo, ela recebe uma batida nos seus lábios e com isso, ela esquece toda a Torá que aprendeu. (Mas este conhecimento fica gravado no seu inconsciente de modo que ela possa reencontrá-lo no curso da sua vida).
A keriat Iam Suf, a abertura das águas do mar vermelho, sempre foi para nós um milagre surpreendente. Na verdade, o fato do feto se desenvolver no útero materno não é um milagre de menor envergadura. Sem a Providência de Hashem, o embrião nunca poderia sobreviver.
Nossos sábios citam muitos exemplos mostrando o quanto Hashem estende sobre o embrião uma proteção maravilhosa. Estes são alguns deles:
·Todos sabemos que um homem que mergulha por um breve período num banho de água quente tem um sofrimento agudo e sai seriamente atingido com a experiência. Mas o feto, que passa nove meses no calor do útero materno, só se desenvolve graças à Providência de Hashem.
·Uma mulher grávida se parece com uma jarra, cuja abertura está em baixo. Só a bondade de Hashem permite ao feto ficar no lugar sem deslizar para fora.
·Quando se ingere sucessivamente vários pratos, cada alimento vai empurrar o precedente para baixo no estômago. Entretanto, pouco importa a quantidade de comida ou bebida ingerida pela mãe, o feto nunca será incomodado.
·Hashem, na Sua bondade, permite que todos os alimentos que a mãe consome alimentem o feto por meio da placenta.
·É um milagre que o feto não tenha fezes. Em caso contrário, provocaria a morte da mãe.
·Na hora de nascer, o bebé não é subitamente propulsado para fora (o que poderia provocar feridas). Pelo contrário, Hashem permite que o colo do útero se dilate progressivamente, à semelhança de um carcereiro abrindo lentamente a porta da cela para libertar um prisioneiro mantido no cativeiro por longo tempo; a transição para a liberdade se torna assim mais suave.
Enquanto é um anjo que assiste a gravidez, Hashem, Ele mesmo, supervisa o nascimento.
No instante em que a criança vem ao mundo, Hashem adapta todas as suas funções corporais ao novo meio. As aberturas que antes estavam fechadas se abrem depois do nascimento e as passagens abertas no corpo do feto se fecham então. Tão logo o recém nascido vê o dia, ele encontra, por milagre, o alimento que lhe convém, o leite materno.
Enquanto os filhotes dos animais se alimentam na úbere da sua mãe, Hashem permitiu que o leite que a criança mama provenha da parte superior do corpo materno, que está próxima da cabeça. O Todo Poderoso presta assim uma homenagem à Quedushá (santidade) e à dignidade do gênero humano.
Basta dar uma olhada no recém nascido para medir o quanto Hashem é um artesão inimitável.
· De uma simples gota, Ele tira a abundância de células que compõem o corpo humano. (Quantos projetos e planos devem ser concebidos, rejeitados, redesenhados e depois ainda retocados pelo artista humano antes de poder apresentar uma obra de arte perfeita?)
·Hashem faz a doação da vida ao recém nascido. (Isto constitui uma característica inimitável, já que nenhum artista ou cientista humano, por mais genial ou experiente que seja, pode criar um ser dotado de vida e alento.
·Hashem da ao recém nascido a potencialidade de se reproduzir no futuro. (Um escultor humano pode fazer uma obra majestosa mas jamais ela terá o poder de produzir outra obra de arte).
Ao meditar sobre esses milagres, Chana, após o nascimento do seu filho Shmuel, louvou Hashem e disse: "Ein Tsur Queloqueinu / Não há rocha como nosso D'us." (Shmuel 2;20). Nossos Sábios interpretam essas palavras da seguinte maneira: "Ein Tsayar Queloqueinu / Não há escultor semelhante ao nosso D'us". Exceto D'us, ninguém é capaz de criar uma criança.
Apesar da criança nascer suja de sangue e de se sujar ela mesma, nem por isso ela será menos amada. O charme dos bebês e das criancinhas, dizem nossos sábios, é o da Shechiná (presença divina) que repousa sobre eles já que eles estão puros de todo pecado. Desde o momento que o ietser hará começa a tomar posse do coração da criança podemos perceber uma diferença e seus pais, eles mesmos, acabam se irritando com ela.
Na origem, o nascimento ocorria diretamente após a concepção e era sem dor. A situação presente é o fruto da maldição pronunciada sobre Chava após o pecado.
Com o final dos tempos, a maldição dos nove meses de gravidez será abolida. O nascimento sucederá à concepção e será sem dor, como o disse o profeta Ieshaiahú (66:7): "Antes de entrar em trabalho de parto, ela dará à luz; antes de sentir dores, ela dará nascimento a uma criança de sexo masculino."
Hashem declara a mulher temeá (ritualmente impura) após o parto. Se ela deu à luz um menino, ela fica impura durante sete dias. E se a criança é uma menina, sua mãe fica impura durante quatorze dias.
Como todas as leis da Torá, as leis de nida são benéficas ao homem. Uma das vantagens da separação do casal durante o período de nidut é a renovação do laço que os une: sua relação escapa do tédio provocado pelo hábito. Graça a esta lei da Torá a esposa permanece tão querida ao marido quanto o dia em que entrou sob a Chupá (o pálio nupcial).
O comportamento durante o período de gestação
“Não é bom que uma jovem viaje para encontrar seu noivo, pois mesmo que os noivos estejam na mesma cidade ou em duas cidades próximas, a tradição judaica pede que os noivos evitem o encontro antes do casamento. Ainda mais quando se gasta dinheiro, energia, e tempo para afinal de contas fazer algo que não vale nem um pouco a pena.
Sem dúvida, não levem estas viagens a sério se você acha que com aquele que você escolheu para passar a vida junto, vocês tomaram a firme decisão de construir uma união verdadeira e eterna, na qual vocês participarão juntos durante dezenas de anos, com a alegria sincera e harmoniosa que a vida ´hassidica confere.”(Carta do Rabi, 16 de Mar Hechvan de 5722).
O casal judeu é definido pela Torá como um “edifício eterno”, podendo revelar a Luz infinita de D´us no coração do mundo material. Essa revelação se manifesta pelo nascimento de crianças que são a fonte das bênçãos do lar.
· A discrição até o quinto mês
Os ‘Hassidim que são rigorosos no comportamento e adotam o modo de vida dos anciãos, têm o hábito de esconder a gravidez de sua esposa até o início do quinto mês de gestação. Uma atitude como esta tem certamente uma origem profunda. Evidentemente, isso diz respeito unicamente à divulgação. Em compensação, nada impede de dizer isto às pessoas mais próximas, sem espalhar a notícia.
· A ausência do pedido de bênçãos durante três meses
Desde os primeiros discípulos do Admur Hazaken que receberam esse ensinamento dele próprio, em nome de seus mestres, o Baal Shem Tov e o Maguid de Mezeritch, os ‘Hassidim adotaram determinadas práticas, dentre as quais destaca-se esta daqui. Até o fim do terceiro mês, não devemos mencionar uma gravidez através de cartas nem os pedidos de bênção do Rabi.
· A maneira de fazer os Kapparot
Uma mulher grávida, para fazer os Kapparot (antes de Iom Kipur), deverá pegar três aves, uma para ela e, um galo e uma galinha para a criança, porque ele não sabe ainda se vai ser menino ou menina, conforme o costume do Ari Zal.
· Uma mulher grávida durante uma circuncisão ou um casamento
Conforme o costume judeu, uma mulher grávida não pode ficar entre os acompanhantes durante uma circuncisão nem durante um casamento.
· A imersão ritual no nono mês
Eu não conheço o costume dos Hassidim ‘Habad segundo o qual uma mulher grávida freqüenta o banho ritual no início do nono mês de gestação. (Cartas do Rabi, tomo 18, página 51, que acrescenta: “Todavia, já que este é o costume de sua bela família, não há evidentemente, motivo para impedi-la de respeitar, a condição que ela consiga o acordo de seu médico para isso”).
· A Tsedaka
É bom que uma mulher grávida dê algumas moedas para a Tsedaka todas as manhãs durante a semana (com exceção do Shabat e dos feriados judaicos). Evidentemente, isso deve ser acrescentado ao que ela já tem o costume de dar. Da mesma maneira, na véspera do Shabat e das festas, antes de acender as velas, ela deverá colocar algumas moedas, blinneder (sem prometer), na caixa do Rabi Meir Baal Ha Ness.
· A verificação das Mezuzot
Devemos verificar as Mezuzot da casa a fim de garantir que elas são Kosher.
· O Salmo 20 antes da bênção Ha Mapil
Quando você estiver grávida, você deverá recitar durante a leitura do Shema Israel da noite, o Salmo 20 antes da bênção Ha Mapil (antes de dormir). Depois de terminar a leitura, você deverá repetir o versículo Yeane’ha, “Ele te responderá”. No momento da leitura ou antes disso, você pedirá que D’us considere que você teve todos pensamentos adequados durante essa leitura.
· Uma prática mais escrupulosa da Torá e das Mitsvot
O comportamento de uma mulher grávida durante a gestação tem um efeito sobre a criança. Por isso, as mulheres virtuosas, durante esse período adotam várias práticas que permitem respeitar melhor a Tora e as Mitsvot para o bem da criança. Elas já fazem isso mesmo antes. Assim, sabemos que durante a gestação nós nos esforçamos para não olhar o que não for puro. Devemos olhar somente o que for puro e santo, como fazemos depois do banho ritual.